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E se o cálculo da Euribor fosse manipulado?

Movimento #OpEuribor afirma ter razões para suspeitar que o cálculo deste índice de referência seja falseado, e questiona o facto de ele ser gerido por agências privadas. Pergunta ainda o que aconteceu à investigação iniciada pela Comissão Europeia.

Juristas do movimento espanhol Democracia Real Já exigem transparência sobre os cálculos que levam à determinação da taxa de juros Euribor, afirmando ter razões para suspeitar que este cálculo foi falseado ou manipulado.

O índice de referência Euribor é fundamental para a vida das famílias que têm um crédito à habitação, porque é ele que determina se o valor da sua prestação sobe ou desce. O simples facto de que haja suspeitas de manipulação da Euribor é absolutamente intolerável. Mas os juristas, que criaram o site #OpEuribor, afirmam ter requerido sem sucesso a informação relativa a este índice a numerosos bancos comerciais, ao Banco de Espanha, à Agência Bancária Europeia e à Agência Thomson-Reuters, responsável pela publicação do índice.

O movimento #OpEuribor questiona assim “o obscurantismo e a opacidade que rodeiam tudo o relativo à Euribor, ao seu cálculo e publicação”, chamando a atenção para o facto de que este indicador, que afeta a vida de milhões de pessoas, é gerido por agências privadas e não tem qualquer controlo direto por parte da Administração Pública.

Na verdade, um painel representativo de bancos fornece diariamente a taxa a que cada banco no painel está a oferecer a outro para depósitos interbancários na zona euro, com maturidades entre uma semana e um ano. Cada banco do painel introduz os seus dados diretamente até às 10h 45. Às 11h, a Reuters executa o cálculo da Euribor e publica instantaneamente a taxa de referência.

Comissão Europeia abriu investigação e depois nada mais disse

As suspeitas sobre eventuais manipulações da Euribor não são tão estranhas como à primeira vista poderia parecer. A própria Comissão Europeia anunciou em outubro do ano passado que suspeitava que vários bancos poderiam ter chegado a acordos ilegais para manipular os preços da Euribor nos mercados de derivados indexados a esta taxa de juro.

Bruxelas publicou um comunicado afirmando que poderiam ter sido violadas as regras da União Europeia antimonopólio que proíbem os cartéis e práticas comerciais restritivas. Na época, a CE não revelou quais eram os bancos sob investigação. Falou-se do alemão Deutsche Bank, e também que o suíço UBS e o britânico Barclays estavam a colaborar na investigação. E, subitamente, deixou de se falar do assunto e a investigação evaporou-se.

Perguntas da #OpEuribor

Assim, a #OpEuribor levanta algumas questões:

Que aconteceu com esta investigação? Por que nunca mais se falou do assunto?

Que relação existe entre esta investigação e outras, como a recentemente aberta pela Comissão de Mercado de Valores do Canadá, sobre a possível manipulação dos tipos de juros de empréstimos a nível mundial?

Por que não são facilmente acessíveis as operações que sustentam o cálculo para a determinação da Euribor?

Como é possível que bancos falidos ou sob intervenção, como o Dexia ou as entidades irlandesas, continuem a ser considerados na elite dos bancos europeus e, portanto, influindo na conformação da Euribor?

Fraude de dimensões históricas?

O movimento #OpEuribor, quer, antes do mais, denunciar a dificuldade de acesso às operações das quais resulta o índice Euribor. Caso esses dados permaneçam inacessíveis, afirma, infere-se dessa falta de transparência uma suspeita razoável sobre esse cálculo. E conclui: “A ser isto certo, estaríamos diante de uma fraude de proporções históricas, pelo que exigimos das autoridades competentes o início da correspondente investigação judicial.”

#OpEuribor 2: ¿Sabes qué es el Euribor? (#Eleuriborsonlospadres)

#OpEuribor 1: El Euribor ha muerto (#Euribormuerto)

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