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Porque vamos à Greve Geral

Fazer Greve Geral é um ato de dignidade e representa a vontade e o acreditar que se pode mudar o presente e ganhar um futuro melhor para todos, especialmente para as gerações mais jovens.

No dia 22 de Março de 2012 a Greve Geral em Portugal vai sair à rua para contestar a austeridade que nos está a ser imposta pela Troika, agravada pelo governo PSD/CDS que com o seu lema “ custe o que custar “, leva o Povo e o País aceleradamente para o caminho da Grécia.

O que hoje está em causa e debaixo de fogo das Troikas, não são só os direitos laborais, sociais, económicos, dos trabalhadores e demais cidadãos, mas a própria democracia. Permitem-se já substituir, sem qualquer legitimidade democrática, os governos da Grécia e Itália por tecnocratas ligados à Goldman Sachs.

Em toda a Europa estão a ser implementadas políticas de austeridade, que visam a destruição do Estado Social, acabar com os direitos do trabalho, acompanhadas dum vasto programa de privatizações e revisões de “ códigos de trabalho “ completamente desequilibrados a favor do capital.

Os cidadãos do Estado Espanhol estão convocados para a Greve Geral no dia 29 de Março para, como nós, defenderem os seus direitos. Que perda, não ser possível acertar data comum para uma Greve Geral Ibérica, só por 7 dias!

A articulação das lutas à escala Europeia e a solidariedade entre os povos é urgente para juntar forças e responder de forma global e eficaz ao capital e aos seus governos na Europa.

Em Portugal as medidas de austeridade arrastam consigo um aumento brutal do desemprego; da precariedade; o congelamento dos salários; mais desigualdades sociais; ataques ao sector empresarial do Estado, veja-se os transportes; cortes nos orçamentos da Saúde e Educação; roubo dos subsídios de natal e férias na Administração Pública e aos reformados, pelo menos até 2013.

Todos os dias ficamos mais pobres com estas medidas, que levam a mais recessão económica, e são acompanhadas da tentativa de retirada de direitos como agora acontece com a proposta de Lei n.º 46/XII que revê para muito pior o Código do Trabalho.

As direitas e o capital estão unidos para se vingarem e ajustarem contas com as conquistas do 25 de Abril de 1974.

Assistimos à imposição dum retrocesso civilizacional e ao maior ataque aos direitos laborais desde o 25 de Abril, que merece uma resposta à altura. A Greve Geral de 22 de Março convocada pela CGTP, mas que é de todos e para todos, é um importante e significativo passo nesse sentido.

O descontentamento é generalizado e alastra cada vez mais em vários sectores da sociedade. Todos cabem na luta independentemente das expressões e formas como se manifestam.

Para os que ainda temos trabalho, sabemos bem os efeitos da greve nos orçamentos de cada um de nós, mas não lutar agora, certamente que nos custará muito mais no futuro.

Fazer Greve Geral hoje, é um ato de dignidade, de coragem e representa a vontade e o acreditar que se pode mudar o presente e ganhar um futuro melhor para todos, especialmente para as gerações mais jovens, que sofrem de forma brutal os efeitos do desemprego e da precariedade.

Vamos à Greve Geral porque, com a nossa participação nos piquetes em cada local de trabalho e mais tarde na manifestação a sair do Rossio em Lisboa e noutras cidades, queremos dar um combate mais forte e radical à ditadura dos credores e aos seus representantes no governo.

Sobre o/a autor(a)

Sindicalista, ex- Conselheiro Nacional da CGTP
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