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Trabalhadores da RTP defendem teto salarial na empresa

A Comissão de Trabalhadores reagiu ao pedido do CDS no parlamento para que sejam conhecidos os "salários milionários" na empresa e pergunta se por detrás desta "curiosidade" não estará uma "acrobacia política" para mudar de posição em relação à venda de um canal do serviço público.
Trabalhadores da RTP não querem salários milionários decididos fora da contratação coletiva. Foto rtp.pt/Flickr

O tema dos salários das "estrelas" mediáticas da RTP volta ao debate político a poucos dias da discussão a proposta de introdução de todos os canais de serviço público na grelha da TDT. A Comissão de Trabalhadores da RTP estranhou a oportunidade da pergunta do CDS ao ministro Miguel Relvas, uma vez que o partido de Paulo Portas integra o Governo "que isentou a administração da RTP dos limites salariais impostos aos gestores de empresas públicas".

Em comunicado, a Comissão de Trabalhadores defende "a imposição legal atualizável de um teto salarial máximo na RTP de 6980 euros", que corresponde "ao montante máximo da tabela salarial em vigor estipulada pela contratação coletiva negociada pela RTP e os sindicatos, acrescido dos montantes máximos de subsídios que um trabalhador poderá em qualquer caso auferir mensalmente". Ou sejam em contraste com o "ajuste direto salarial que nos últimos anos tem florescido" na RTP, a CT prefere que seja "a negociação com os sindicatos a definir a política salarial mínima e máxima".

"A RTP não vende uma mercadoria, presta um serviço público. Mas, mesmo que erradamente o suposto “valor de mercado” estivesse na origem destas decisões, ninguém no mercado de entretenimento português “vale” neste momento 27000 euros mensais", refere ainda o comunicado dos trabalhadores da empresa, que estão ainda convencidos "que a fidelização do público à informação de uma cadeia televisiva tem muito a ver com o rigor e isenção de um coletivo de jornalistas, e muito pouco com a cara que lê o teleponto".

Os trabalhadores perguntam ainda se "o pedido desta listagem dos “milionários” da RTP terá a ver com uma preocupação legítima com a transparência salarial numa empresa pública, ou, pelo contrário, com a preocupação de disfarçar a “acrobacia política” do CDS ao mudar de posição relativamente à venda de um canal, a poucos dias de um debate importante sobre a colocação dos canais de serviço público na TDT?"

A concluir o comunicado, a CT da RTP diz estranhar que "quem revela esta tão grande preocupação com a necessidade de contenção salarial e reestruturação da RTP, não tenha uma única palavra a dizer sobre a retirada de 48 milhões de euros em publicidade, decidida apressada e injustificadamente pelo ministro Miguel Relvas".

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