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Trabalhadoras da Bonvida Porcelanas são “as heroínas de Portugal”
Durante a visita à Fábrica das Porcelanas Bonvida, Francisco Louçã dirigiu-se às trabalhadoras deste estabelecimento sublinhando que elas “são as heroínas de Portugal, porque é esta persistência que permite defender o trabalho e a dignidade das pessoas numa sociedade que está a amarfanhar".
Para o dirigente bloquista, esta é a "melhor resposta a Passos Coelho", para mostrar que "em Portugal há gente que luta por um emprego e pela capacidade de responder por uma economia decente, porque só assim é que se cria emprego".
"Estas mulheres e estes homens estão a defender os seus postos de trabalho numa empresa que, só por fraude, é que está fechada", frisou o deputado do Bloco, lembrando que a Bonvida tinha "metade da sua produção em exportação" e "quando fechou tinha encomendas para continuar durante muito tempo".
Francisco Louçã defendeu que o governo, num momento “em que há tanto desemprego e tantas empresas nesta situação”, deve assegurar o cumprimento da lei em vigor e o respeito pelos direitos dos trabalhadores por parte das administrações das empresas.
Só mediante este controlo, se pode “garantir que os trabalhadores não sejam roubados e não lhes seja negado o que lhes é devido”, advertiu Louçã.
Segundo o dirigente bloquista, na Bonvida "há uma irresponsabilidade direta do patronato e da administração", mas, "em seis meses de persistência, os trabalhadores tinham o direito de ter o problema resolvido, pela substituição da administração ou pela venda da empresa a um outro investidor".
Estamos, "pura e simplesmente”, perante uma situação “de gestão fraudulenta, tão comum em Portugal, que leva a esta ideia de que um administrador ou empresário pode produzir ou vender o trabalho que as pessoas produziram com as suas mãos e não lhes pagar o seu ordenado", avançou Francisco Louçã.
Louçã lembrou que o Bloco já questionou anteriormente o governo sobre a situação da empresa, ao que o governo respondeu que "ia estudar e verificar o que se estava a passar".
Os 170 trabalhadores da Bonvida não recebem os subsídios de Natal e de férias desde 2007 e não recebem salários desde setembro. Estão há seis meses a guardar a porta da empresa, para evitar que o patrão roube máquinas ou produtos.
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