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Queda do produto duplicou no fim de 2011

A economia nacional perdeu 1,5% do produto em 2011, mas caiu quase o dobro deste valor nos últimos três meses do ano. No primeiro trimestre depois das medidas de austeridade anunciadas por Vítor Gaspar, a atividade económica afundou 2,7%. Bloco diz que “Passos Coelho e Vítor Gaspar são o rosto da recessão”
Foto de Paulete Matos

O Produto Interno Bruto caiu 1,5% em 2011, resultado de uma queda de 2,7% no último trimestre do ano em relação a igual período de 2010. De acordo com uma estimativa rápida das contas nacionais, apresentada esta terça-feira pelo Instituto Nacional de Estatística, e mesmo tendo em conta que as estimativas oficiais apontavam para uma recessão de 1,6% em 20011, a atividade económica apresenta uma acentuada tendência de degradação.

A economia está a cair, quer quando se compara com os valores de 2010 ou com os do trimestre anterior. O PIB caiu 1,3% no último trimestre, em relação aos três meses anteriores, quando a maioria das primeiras medidas de austeridade da maioria de direita entraram em vigor.Este agravamento "traduziu um significativo agravamento do contributo negativo da procura interna, associado particularmente às diminuições mais expressivas do investimento e das despesas de consumo final das famílias", diz o INE.

A degradação acentuada da economia no fim do último ano vem confirmar os receios de que a forte contração do produto em 2012, já assumida pelos dados do Governo e Banco de Portugal, venha a resultar numa recessão profunda.

Embora destacando o crescimento das exportações e o “contributo positivo” do comércio internacional, o INE chama a atenção para que estes valores foram essencialmente conseguidos à custa da diminuição das importações e para a tendência de desaceleração das exportações.

Economia em queda abrupta, desemprego quebra todos os recordes

Os números da economia não foram os únicos a ser revelados esta terça-feira. De acordo com os dados da OCDE, a taxa de desemprego em Portugal (13,6%) já é a terceira mais elevada dos países membros desta organização. Com o aumento do número de pessoas sem emprego, de 13,2% registados em Novembro para 13,6% em Dezembro, Portugal ultrapassou a taxa de desemprego da Eslováquia (13,5%), ficando agora apenas atrás dos valores registados em Espanha (22,9%) e a Espanha (14,5%).

O Bloco de Esquerda associa a degradação da atividade económica e o aumento do desemprego às medidas de austeridade, principalmente o corte no subsídio de natal, apresentadas pelo governo PSD/CDS. “Se há uma recessão de 1,5% em 2011 nós percebemos que ela é alcançada com um deslize brutal no último trimestre com a medida fundamental do Governo de Passos Coelho em 2011, o corte de metade do subsídio de Natal dos portugueses”, declarou Pedro Filipe Soares. De acordo com o deputado do Bloco, “com estes valores, não há exportações que nos valham porque vão ao bolso dos portugueses, cortam no rendimento das famílias”.

“Tudo isto somado, temos em Vítor Gaspar e Passos Coelho o rosto de uma recessão que se prevê que se agrave. Mas os números da atualidade já dão conta de um aumento brutal do desemprego e da destruição da economia”, resumiu Pedro Filipe Soares.

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