Passos Coelho veio agora insultar os portugueses. “Pede” que os portugueses sejam menos “piegas”, o que significa que, no seu esclarecido entendimento, já são piegas e que Passos Coelho se acha no direito de lhes chamar isso mesmo. O abuso do cargo que ocupa para insultar os cidadãos é tão evidente que não merece aqui mais comentários.
Mas não nos deixemos enganar. Com este insulto Passos Coelho apenas mostra que é um político falhado, porque um governante que insulta o povo que governa é um político falhado. O que Passos Coelho com o seu discurso pretende é ocultar isto mesmo. Os seus planos de “enriquecimento via empobrecimento” não se vão concretizar, basta olhar para a Grécia. Portanto a solução de Passos Coelho é muito simples: preventivamente, vai já atirando as culpas do seu falhanço para cima dos outros.
Para tal, inventa defeitos ao povo que governa: é um povo preguiçoso, pouco exigente, conformista, agarrado ao passado, e ainda por cima, acabou de o fazer saber, um povo de piegas. Assim, quando as consequências das políticas falhadas de Passos Coelho se tornarem, para todos, evidentes, Passos Coelho já terá uma justificação: poderá dizer que a culpa não foi dele, que a culpa foi dos portugueses, que os portugueses é que não estiveram à altura das suas superiores qualidades de governante.
Enfim, já se está a preparar para o pior.