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Bloco lança “Manifesto Anti-interioricídio - Pelo Futuro do Interior”

Representações do Bloco de Esquerda de quatro distritos lançaram um manifesto contra os cortes e encerramento de serviços que estão a destruir o interior do país e no qual reclamam investimento público para a sobrevivência das populações nestas zonas.
Os distritos do interior de Portugal são cada vez mais vítimas do despovoamento, lembram os bloquistas, sublinhando que na última década perderam-se 100 mil pessoas, “fruto de políticas erradas dos partidos que se têm alternado no poder”. Foto do blogue voodofalcao.blogspot.com

O manifesto “Manifesto Anti-interioricídio - Pelo Futuro do Interior” foi divulgado na sexta-feira passada e resulta de uma reunião que juntou as comissões das coordenadoras distritais do Bloco de Esquerda de Viseu, Vila Real, Guarda e Bragança.

Em comunicado, os subscritores explicam que o objectivo da reunião, que decorreu em Viseu, consistiu em “analisar os graves atentados à qualidade de vida e até à sobrevivência das populações do interior do país, cada vez mais condenadas ao empobrecimento e à discriminação”.

Deste encontro saiu um manifesto que afirma politicamente as prioridades e reivindicações essenciais para evitar a destruição completa das regiões do interior. O manifesto defende, por exemplo, “o fim dos ataques ao Estado Social, a suspensão do encerramento de serviços públicos e a anulação do aumento das taxas moderadoras nos hospitais e centros de saúde”.

A suspensão das portagens nas antigas SCUT sem alternativas decentes, nomeadamente a A25, A24, e A23 e o fim dos cortes na Educação são outras duas exigências de quem quer um país a andar numa só velocidade.

O Bloco reclama ainda um “investimento público que crie emprego, apoie a fixação das populações, em particular do jovens”. Além disso, defendem os dirigentes bloquistas no manifesto, é imperativa “a sujeição a Referendo Local de qualquer proposta de extinção ou fusão de freguesias”.

Os distritos do interior de Portugal são cada vez mais vítimas do despovoamento, lembram, sublinhando que na última década perderam-se 100 mil pessoas, “fruto de políticas erradas dos partidos que se têm alternado no poder”.

No manifesto, o atual Governo PSD/CDS é acusado de “não ter pejo de ir além da troika, encerrando serviços públicos essenciais para as populações, como estações dos correios, serviços de saúde, escolas e, mais recentemente, a extinção de tribunais, com argumentos economicistas, que limitam o acesso dos mais pobres à Justiça, condição básica num Estado de Direito Democrático”.

Para os bloquistas, “o governo PSD/CDS ao propor uma reforma da Administração Local que pretende extinguir (‘fundir’) freguesias, as autarquias de maior proximidade às populações, mais não pretende do que aprofundar a centralização do poder”.

Em março acontecem as Jornadas da Interioridade

Desta reunião saiu a decisão de organizar as Jornadas da Interioridade, um encontro que terá lugar, em princípio, a 17 de março, e que consistirá numa série de debates e iniciativas culturais, descentralizadas e alargadas a outros distritos do interior.
 

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