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Bancos americanos reconhecem estar a lucrar com crise do euro

Citando uma diminuição da competição do setor financeiro europeu, um em cada três bancos norte-americanos acredita estar a ganhar com a crise da zona euro. A transferência de capitais dos bancos europeus para fora do continente ou para a divida dos EUA tem-se acentuado.

A crise do euro tem fechado a torneira do crédito nos Estados Unidos da América, mas os principais bancos a operar neste país reconhecem estar lucrar com a menor competição do setor financeiro europeu.

De acordo com o último relatório trimestral da Reserva Federal dos EUA, 31 por cento dos bancos escutados dizem que o seu volume de negócios tem aumentado, um valor que sobe para os 49 por cento entre as principais instituições financeiras. O documento recolheu a opinião, entre 21 de Dezembro e 10 de Janeiro, de 56 bancos a operar nos EUA.

A banca norte-americana admite, também, que a degradação da crise do euro, e o seu contágio a potências industriais como a Itália, a levou a apertar o crédito no segundo semestre de 2011. A diminuição dos empréstimos bancários não se fez sentir apenas na diminuição do apoio às pequenas empresas americanas, as principais visadas pela contração do setor financeiro, afetando também o apoio à economia europeia.

37 por cento dos bancos americanos diminuíram os empréstimos a empresas com volume significativo de negócios na Europa, mas 58 diz estar a diminuir os empréstimos aos bancos europeus. Em contrapartida, a transferência de capitais em sentido inverso tem-se acentuado, com os dados recolhidos a indicaram uma continuada transferência de dólares para fora do espaço europeu e a aposta na dívida pública dos EUA. 

As restrições ao crédito do outro lado do Atlântico pode prejudicar a recuperação económica dos EUA, dizem todos os analistas escutados pela imprensa económica americana, tornando mais presente o espectro de uma recessão à escala europeia. "A crise em curso na zona euro está a começar a ter um impacto mais acentuado sobre o crédito doméstico", declarou Paul Ashworth, da Capital Economics.

Foi a primeira vez que a Reserva Federal inclui uma pergunta, no seu relatório, sobre o impacto da crise do euro. 

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