Madeira: só o PSD defende o acordo com Jardim

27 de January 2012 - 2:31

Acordo entre o governo da República e o governo regional da Madeira é divulgado esta sexta. No Parlamento, CDS disse que se tratava de um “mau acordo” e foi acusado de ter “duas caras” pelo Bloco de Esquerda. Alberto João Jardim é protegido, mas madeirenses são penalizados.

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O deputado Pedro Filipe Soares, do Bloco de Esquerda, denunciou que o acordo firmado entre o governo da República e o governo regional da Madeira continuará a proteger Alberto João Jardim, mas penalizará os madeirenses. O deputado apontou a responsabilidade da “gestão danosa" de Jardim, baseada no regabofe e na promiscuidade de interesses, e recordou que o atual governo regional é o mesmo que há um ano dizia que a dívida regional não ia além de mil milhões de euros. “Sabemos hoje que a dívida que estava oculta é de mais de sete mil milhões de euros".

Ora no acordo negociado entre o governo da República e o governo regional, disse o deputado bloquista, referindo-se ao CDS, “há quem tenha duas caras e pretenda estar bem com Deus e com o diabo". E concretizou: "Aqui, no continente, o CDS diz que o acordo é bom, mas na Madeira diz que é mau", disse Pedro Filipe Soares, que recordou que as linhas do acordo agora firmado são as mesmas do memorando assinado com a troika, mas tudo isso foi ocultado dos madeirenses, que foram às urnas sem o saber.

O líder parlamentar do PCP, Bernardino Soares, defendeu que o acordo de assistência financeira à Madeira segue a linha do acordo feito pelo anterior executivo socialista com a troika.

"É inegável que a Madeira precisa de um programa de reequilíbrio financeiro, mas o que se prefigura no acordo não é uma penalização do PSD/Madeira, de Alberto João Jardim mas dos madeirenses", apontou Bernardino Soares.

O deputado socialista Jacinto Serrão, ex-líder do PS/Madeira, acusou o primeiro-ministro de ter negociado "nas costas dos portugueses" um acordo que "permite a Alberto João Jardim continuar com a sua política de sempre: Esbanjar, subsidiar sem critério, sem fiscalização e proteger os interesses instalados".

Segundo o Diário Económico, o empréstimo ao arquipélago poderá ultrapassar os dois mil milhões de euros, “face às necessidades financeiras da região de 3,5 mil milhões de euros nos próximos quatro anos e à perspetiva de não poderem vir a ser satisfeitas por empréstimos bancários”.