Transportes em Lisboa mais caros do que em cidades com maior poder de compra

Com o novo preço do passe combinado Metro, Carris e CP na coroa suburbana a custar, a partir de 1 de Fevereiro, 35 euros e o passe do Metro a subir 21% para os 29 euros, Lisboa torna-se das cidades onde os transportes públicos mais pesam nos rendimentos dos cidadãos.

Quando comparada com cidades em que a rede de metro tem uma dimensão similar à de Lisboa, como é o caso de Roma, Bruxelas ou Atenas, os preços dos transportes ou são mais caros em valores brutos, ou pesam muito mais nos encargos mensais das famílias.

De acordo com os dados hoje publicados pelo Diário de Notícias, o passe social em Roma (30 euros) é mais barato do que o cobrado em Lisboa. O preço dos bilhetes individuais de metro e de autocarro, na capital italiana, fica-se por um euro. Já em Lisboa, e mesmo antes de serem conhecidos os preços dos bilhetes individuais que entrarão em vigor daqui a menos de uma semana, uma viagem no metro de Lisboa custa um euro e cinco cêntimos (mais cinquenta cêntimos necessários para o cartão de carregamento), uma viagem de autocarro 1,75 euros e 2,85 no elétrico.

O preço do passe social corresponde a uma fatia de 4,4% dos rendimentos médios auferidos em Portugal. Em Atenas (45 euros) esse valor desce para 3,3% e em Bruxelas (45 euros) não representa mais de 2,5%. Melhor só em Roma, onde os seus habitantes não precisam de despender mais de 2,1% do seu rendimento com os transportes.

Em Bruxelas existem ainda uma série de apoios que nada têm a ver com os praticados em Lisboa. Os estudantes têm um desconto de 50%, que vai aumentando consoante o número de filhos de cada família, e o transporte dos habitantes com mais de 65 anos, ou beneficiários do Rendimento Social de Inserção, é gratuito. Em Lisboa, estudantes e maiores de 65 anos, apenas têm direito a um desconto de 25%.