You are here

FMI volta a pressionar para a descida da Taxa Social Única

Numa conferência em Lisboa, um representante do FMI voltou a insistir para a descida da contribuição patronal para a segurança social. O representante da Comissão Europeia na troika afirmou que a redução da TSU será discutida nas avaliações trimestrais do memorando de entendimento, elogiou as privatizações, destacando as da REN, da TAP e da ANA, e pressionou para que estejam concluídas até ao fim do ano.
Troika volta a fazer pressões

Numa “workshop sobre as reformas estruturais” promovida pelo Governo PSD/PP, os representantes da troika fizeram diversas pressões sobre a política de Portugal.

O representante do FMI presente, Hossein Samiel, voltou a pressionar para a descida da Taxa Social Única, afirmando: “Sem a desvalorização fiscal [descida da TSU] o ajustamento será mais difícil”.

O representante do FMI manifestou também satisfação com o acordo entre o Governo, o patronato e a UGT, declarando: "Como os meus colegas, estou também satisfeito pelo acordo alcançado recentemente com os parceiros sociais e sindicatos para promover o crescimento, a competitividade e emprego. Acredito que isto irá fortalecer ainda mais o programa" de ajustamento.

O representante da Comissão Europeia na troika, Juergen Kroeger, para além de elogiar o programa governamental de privatizações, em particular as da REN, TAP e ANA, frisou que “deverão ser concluídas este ano”. Kroeger declarou ainda que Portugal não deve reintroduzir “golden share” (direitos especiais públicos) em empresas privatizadas.

Koeger disse também que em Portugal "o rácio entre o salário mínimo e o salário médio é dos mais baixos da Europa". Ou seja, o salário médio está pouco acima do mínimo legal, o que segundo ele, "pode desencorajar os trabalhadores com pouca formação a adquirir mais conhecimentos, porque têm pouco a ganhar". Em linguagem troikista esta referência só pode ser entendida como uma pressão para a descida do salário mínimo, à semelhança do que têm exigido na Espanha e na Grécia.

O ministro da Economia, Álvaro Santos Pereira, queixou-se do endividamento das empresas públicas, frisando que só as empresas de transportes têm uma dívida de 17 mil milhões de euros e que em juros pagam 590 milhões de euros todos os anos.

Artigos relacionados: 

Termos relacionados Política
(...)