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2012: Rendimentos afundam-se e preços disparam

A par do aumento do IVA, esperam-nos, em 2012, aumentos nas comunicações, electricidade, gás, saúde, transportes, habitação, portagens, acesso à cultura, entre outros. A par do aumento do custo de vida, o governo ataca os rendimentos das famílias.
Foto de Paulete Matos.

Em 2012, o rendimento disponível dos agregados familiares sofre fortes reduções. Os salários e pensões perdem valor por não acompanharem a inflação, sendo que os funcionários públicos ficarão ainda sem os subsídios de férias e de Natal. No privado, os trabalhadores passam a trabalhar mais meia hora por dia sem terem direito a qualquer remuneração, sendo que chegarão a trabalhar gratuitamente em feriados e domingos. O salário mínimo não será actualizado e os aumentos negociados em sede de contratação colectiva serão limitados.

A redução salarial também é feita por via da redução do pagamento das horas extraordinárias, cortando 25% na primeira e 37% na segunda, afetando muitos milhares de pessoas que compõem os seus baixos salários graças às horas extraordinárias.

Em 2012 é mais fácil despedir. É reduzido o valor das indemnizações por despedimento, passando a garantir apenas 8 a 12 dias por cada ano de trabalho, e são introduzidas alterações à lei no sentido de dar maior facilidade ao patronato para despedir, nomeadamente alargando o conceito de "inadaptação" do trabalhador.

Os contribuintes podem contar, neste próximo ano, com a extinção de benefícios fiscais e redução de deduções em sede de IRS.

Simultaneamente, o custo de vida em Portugal vai sofrer um forte agravamento.

A partir de janeiro, as taxas moderadoras registam aumentos que ultrapassam os 100%. Os custos com a habitação também sobem. As rendas atuais são atualizadas em 3,2%, enquanto o aumento das rendas antigas pode chegar aos 4,79%. O Imposto Municipal sobre os Imóveis sofre um agravamento de 0,1% e o prazo de isenção para os novos proprietários é reduzido para três anos.

A despesa com a eletricidade conhece um segundo aumento desde outubro. A fatura será agravada em 4%. Os aumentos relacionados com o fornecimento de gás serão conhecidos em junho.

Em fevereiro, será mais caro utilizar os transportes públicos, já que está prevista uma subida do preço dos bilhetes e passes. Também circular nas vias sujeitas a portagens se torna mais oneroso mediante os aumentos de 4,36% que entrarão em vigor já este domingo. O Imposto sobre Veículos regista, por sua vez, uma subida de 6,4%.

Falar ao telemóvel e enviar mensagens também pesará mais na carteira portugueses. Nas comunicações, os aumentos serão de 3,1%.

Os aumentos do IVA, de 6% para 13% no caso dos espetáculos culturais, e de 6% para 23%, no caso das atividades desportivas, encarecerão os bilhetes disponíveis ao público.

Estes aumentos também penalizam a área da restauração, com o café a custar em média mais 10 cêntimos e o preço das bebidas alcoólicas a registar um acréscimo de 2,3%.

Quanto ao tabaco, os fumadores podem contar com faturas mais pesadas. A diferença será de 4,6%

No supermercado, os consumidores sentirão o aumento do IVA de 6% para 13% na água engarrafada, batatas, bebidas e sobremesas lácteas, refrigerantes, e de 13% para 23% nos bolos, fruta em calda, compotas, marmelada, óleos, margarinas, frutos secos, aperitivos, boiões de comida para bebés, pizas, sandes e sopas prontas a comes, produtos congelados e pré congelados.

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