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Resposta do Ministério da Saúde ao Bloco gera onda de contestação

Utentes reagem à resposta do Ministério da Saúde a uma pergunta do Bloco de Esquerda sobre o tempo e a lista de espera para a realização de meios complementares de diagnóstico e terapêutica nos hospitais que integram o SNS e planeiam um protesto nacional.
Foto de Paulete Matos.

Em resposta a uma pergunta do deputado do Bloco de Esquerda João Semedo, o Ministério da Saúde esclareceu que, numa amostra de 61 hospitais, o tempo médio de espera para a realização de meios complementares de diagnóstico e terapêutica era de 96,4 dias em 18 de agosto, tendo aumentado 9,3 dias em um mês.

Esta realidade decorre da decisão, por parte do Ministério, de proibir os hospitais do SNS de pedir exames aos convencionados e aos centros de saúde, salvo exceções, como forma de “assegurar uma utilidade mais racional e eficiente dos recursos disponíveis".

A medida, a par do fim das horas extraordinárias dos médicos ou a suspensão do transporte de doentes por bombeiros, coloca os utentes, segundo o porta-voz do Movimento dos Utentes do SNS, Manuel Vilas Boas, “contra instituições de saúde essenciais”.

O aumento da média de dias de espera para a realização de meios complementares de diagnóstico e terapêutica nos hospitais é, para Manuel Vilas Boas, “um prejuízo incrível” para os portugueses, sendo que “o senhor ministro está nitidamente a brincar com os utentes do SNS” que “estão a ficar desesperados”.

“Neste momento não temos hipótese se não apelar a que os utentes se levantem contra esta situação”, sublinhou, em declarações à agência Lusa, o porta-voz do Movimento dos Utentes do SNS.

Vários especialistas, entre os quais o oncologista e Presidente da Liga Portuguesa Contra o Cancro Dr. Vítor Veloso, alertam para o facto de o aumento do tempo média de espera para a realização de meios complementares de diagnóstico e terapêutica nos hospitais se traduzir na deterioração das condições de saúde dos doentes, podendo até mesmo ser fatal.

Alguns utentes já optam por pagar do seu próprio bolso os meios complementares de diagnóstico e terapêutica necessários, de forma a não condicionarem, ainda mais, a sua saúde.

 

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