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Mensagem do primeiro-ministro foi de "ocultação e falsidades"

O dirigente e eurodeputado do Bloco de Esquerda Miguel Portas contestou a ideia que Pedro Passos Coelho transmitiu na sua mensagem de Natal, de que o Governo PSD/CDS-PP vai avançar com "reformas estruturais", contrapondo que o que está em curso é "a contra-reforma".
Passos Coelho disse que "há razões para olhar de frente o futuro com esperança" e que os portugueses "têm sido corajosos e que o seu esforço vai valer a pena". Foto José Sena Goulão/LUSA.

Em conferência de imprensa, na sede nacional do Bloco, em Lisboa, Miguel Portas alegou que "o Governo projeta modificar em 2012 as fórmulas de cálculo das pensões de reforma de modo a que qualquer português fique com as prestações congeladas a partir de 246 euros", o que não foi referido por Passos Coelho na sua mensagem natalícia, na qual este se comprometeu a "honrar os compromissos".

Por outro lado, Miguel Portas questionou onde está o "ataque aos núcleos de privilégios injustificados" de que falou o primeiro-ministro e contestou a ideia de que o Governo PSD/CDS-PP vai avançar com "reformas estruturais", contrapondo que o que está em curso é "a contra-reforma".

O dirigente do Bloco sustentou que "todas as reformas estruturais deste Governo ficam-se sempre pelos de baixo" e destacou "a tentativa de criar mais meia hora de trabalho gratuita", considerando-a "uma reforma estrutural que é digna do século XIX e não do século XXI", contra os desempregados e os trabalhadores.

Miguel Portas, dizendo que os cidadãos portugueses "estão habituados às más notícias", afirmou que estes "não se vão habituar à mentira, à falsidade e à ocultação" e defendeu que é preciso "romper com este caminho" de "austeridade em cima de austeridade".

O Bloco vai agir "no Parlamento, na dinamização dos movimentos de indignação e de resistência social", com o objetivo de que "o Governo acabe por recuar nas principais medidas que está a procurar aplicar", acrescentou.

Na sua mensagem de Natal, o primeiro-ministro apontou 2012 como "um ano de grandes mudanças e transformações", que "incidirão com profundidade" nas "estruturas económicas".

Passos Coelho declarou ainda que "há razões para olhar de frente o futuro com esperança" e que os portugueses "têm sido corajosos e que o seu esforço vai valer a pena".

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