You are here

Utentes vão pagar ainda mais por menos serviços, objetivo é o fim do passe social

O estudo encomendado pelo governo sobre a ‘Simplificação Tarifária e Reformulação da Rede de Transportes da Área Metropolitana de Lisboa’ prevê, a par da redução de serviços, o fim dos passes respeitantes a um só transporte, o que poderá levar a um acréscimo da despesa mensal de 41%. O objetivo do Governo é o fim do passe social.
Foto de Paulete Matos

O passe social, apesar de não ser sequer nomeado no PET ou no documento sobre “simplificação tarifária”, já foi pré-anunciado como sendo o alvo principal do ataque da orientação do Governo em termos de política tarifária, referindo que se pretende com a “reestruturação”, a “adequação dos tarifários ao custo efetivo do serviço prestado”.

Segundo a proposta de “simplificação tarifária”, será criado um passe Cidade e um bilhete Cidade e uma tarifa plana, que permita usar a Carris e Metro pagando o mesmo. Entretanto, já foi anunciada a extinção dos benefícios de redução dos passes sociais para “estudantes e reformados”, que equivalia a 50% do preço de custo.

Nos serviços da CP, é proposta a criação de "tarifas por zona, independentemente da linha ou percurso". Ao todo, o grupo de trabalho prevê a eliminação de 114 passes combinados da CP, Carris, Metro, Rodoviária de Lisboa, Transtejo, TST e Vimeca.

O Movimento de Utentes de Defesa dos Serviços Públicos de Alcochete afirmou que a eliminação dos 114 títulos de transporte na Área Metropolitana de Lisboa fará subir os preços dos bilhetes.

Em comunicado enviado à agência Lusa, o movimento sublinhou que “a simplificação tarifária nos transportes públicos proposta pelo grupo de trabalho que estuda a reestruturação do sector vai levar a que muitos utentes passem a pagar mais entre 10% e 25% pelos transportes face ao que pagam hoje".

Para o Movimento de Utentes de Defesa dos Serviços Públicos de Alcochete, o que o grupo de trabalho pretende é “eliminar a duplicação da oferta entre autocarros e metros, acabar com a oferta de transportes públicos em zonas onde existam operadores privados e reduzir custos nem que seja à força".

No que respeita aos utentes que utilizam o passe ‘Metro 30 dias’, que implica uma despesa mensal de 23,90 €, a aquisição do passe combinado Metro/Carris representaria uma despesa de 33,85 €. A diferença é de 9,95€, o equivalente a um acréscimo de 41%.

(...)

Neste dossier:

Plano governamental contra transportes públicos

O objetivo do Governo de Passos Coelho é a privatização das principais empresas públicas de transportes. Por isso, e em particular nas áreas metropolitanas de Lisboa e Porto, encerram linhas e carreiras, aumentam drasticamente preços, preparam despedimentos. Procuram fazer o trabalho sujo para a entrega aos privados. Dossier organizado por Carlos Santos

A Resposta Socialista à política neoliberal nos transportes do Governo PSD/CDS

O Governo Passos Coelho/Paulo Portas prepara a maior ofensiva de sempre no pós 25 de Abril contra o transporte público: a privatização de todos os principais operadores de transporte público no país e, em particular, nas áreas metropolitanas de Lisboa e Porto. Para tornar essas empresas mais “apetecíveis” o Governo vai-se encarregar, em 2012, de fazer o “trabalho sujo”, isto é, despedir trabalhadores, reduzir a oferta de transportes e voltar a aumentar o preço dos transportes.

A insustentabilidade da dívida das empresas de transportes públicos

Os encargos com juros da dívida já representam 76% dos prejuízos das empresas de transportes públicos. Apesar disso, foram despedidos 37% dos trabalhadores nos últimos 10 anos. Será legítimo despedir e cortar nos serviços prestados à população para garantir as taxas de rentabilidade às instituições financeiras?

A ferrovia está a sangrar

A CP no último ano perdeu 3,3% dos seus passageiros. Os números são da empresa. Partamos deste número, na atual conjuntura económica e social, para perceber como o Governo pretende destruir a empresa e reduzir drasticamente o transporte ferroviário no nosso país.

O Metro do Porto e o caminho para a privatização

O que a Empresa de Transportes do Porto vem anunciar é o novo modelo de privatizações que aí vem: o modelo do Metro do Porto, investimento público / lucro privado, é alargado a todas as empresas de transporte público do Porto e Lisboa sob a capa das fusões.

O transporte público e a exclusão social

Se forem limitadas as ligações entre as duas margens e entre os concelhos limítrofes de Lisboa, prejudica-se de forma muito penalizadora os trabalhadores e trabalhadoras e “fecha-se o centro” isolando-o da periferia.

Cortes nos transportes públicos em Lisboa

O estudo encomendado pelo governo prevê o fim de 23 carreiras da Carris, incluindo a rede da madrugada, das ligações da Transtejo para a Trafaria e Seixal e acaba com a do Montijo ao fim de semana. As outras, assim como pelo menos algumas estações do metro, vão fechar mais cedo. Os utentes falam em "recolher obrigatório" para a Margem Sul e o Bloco diz que é "um ataque sem precedentes" ao direito à mobilidade da população.

Petição contra o fecho da carreira 18 dos elétricos de Lisboa

De acordo com o documento “Simplificação Tarifária e reformulação da Rede de Transportes da Área Metropolitana de Lisboa” o elétrico 18 vai acabar. Uma petição contra o fim da carreira já recolheu mais de 1.100 assinaturas.

Redução de comboios na linha de Sintra

As novas escalas, introduzidas a 11 de dezembro, reduzem substancialmente a frequência e número de comboios na linha de Sintra, especialmente nas horas de ponta. Sindicato diz que o acordo da empresa não está a ser respeitado. Bloco questiona ministro da Economia e Emprego.

Utentes vão pagar ainda mais por menos serviços, objetivo é o fim do passe social

O estudo encomendado pelo governo sobre a ‘Simplificação Tarifária e Reformulação da Rede de Transportes da Área Metropolitana de Lisboa’ prevê, a par da redução de serviços, o fim dos passes respeitantes a um só transporte, o que poderá levar a um acréscimo da despesa mensal de 41%. O objetivo do Governo é o fim do passe social.

Trabalhadores marcam semana de luta em janeiro

Os trabalhadores dos transportes vão realizar uma semana de luta com greves na segunda quinzena de janeiro. Protestam contra: A redução dos salários; o despedimento de trabalhadores no sector público de transportes; o fim dos Acordos de Empresa e da negociação coletiva; o fim do serviço público de transportes e a entrega das concessões a empresas privadas; a redução da oferta de transporte e o aumento das tarifas.

O direito à greve e as bilheteiras da CP

O que assistimos é inqualificável, a porta-voz de uma empresa do sector empresarial do Estado, ameaça com o não pagamento dos salários caso se realizem mais greves.

Metro Mondego: Bloco exige apuramento de responsabilidades e compromisso com as obras

O Ministro dos Assuntos Parlamentares, Miguel Relvas, anunciou a suspensão do Sistema de Mobilidade do Mondego e a avaliação da extinção da Sociedade Metro Mondego. O Bloco de Esquerda de Coimbra exige que o Governo honre, de uma vez por todas, os compromissos assumidos pelo Estado Português, ao longo dos anos, com as populações dos concelhos de Coimbra, Lousã e Miranda do Corvo.

Bloco apresenta projeto de resolução para evitar encerramento da linha do Vouga

O Plano Estratégico de Transportes (PET) afirma a: “Desativação, até ao final de 2011, do serviço de passageiros da linha do Vouga”. Os deputados do Bloco de Esquerda apresentaram na Assembleia da República um projeto de resolução para evitar o encerramento da linha do Vouga.

Aeroporto do Porto: fim da ANA, começo de quê?

A propósito do anunciado desmantelamento da ANA, entidade pública gestora dos aeroportos portugueses, convém ter em conta as experiências desastrosas de outras operações de privatização de aeroportos. O caso inglês é muito elucidativo.