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Quem trabalha mais na Europa
Cada vez que se fala de trabalho e produtividade existe o estereotipo da eficiência alemã e da indolência grega. Diz-se que os gregos são uns preguiçosos e que os alemães são os campeões da produtividade na Europa. No entanto, estes dados publicados pelo Eurostat, para as horas trabalhadas nos 27 países da União Europeia dizem outra coisa: os alemães não são os mais produtivos da Europa e os gregos não têm nada de preguiçosos. De facto são os que mais trabalham como mostra o primeiro gráfico.
Esta semana demos conta da falácia do chamado esbanjamento dos países da periferia, ao contrastar os dados para a dívida pública da zona euro e a sua variação entre 2000 e 2010. Durante muito tempo deitou-se a culpa da atual crise a este esbanjamento e conclui-se que os mais “esbanjadores”, e que aumentaram significativamente a sua dívida pública, foram a França e a Alemanha. Agora, com os dados na mão, podemos ver quem são os que trabalham mais horas por semana e os que são mais produtivos.
Quando vemos os números reais, os gregos são os maiores trabalhadores europeus juntamente com os austríacos: 43,7 horas por semana face a 42 horas dos alemães. Em Espanha trabalha-se 41,6 horas por semana, enquanto em França 41,1 horas. Os italianos estão mais abaixo com 40,5 horas. Os mais preguiçosos são os dinamarqueses, que trabalham 39,1 horas...
Pelo lado da produtividade (segundo gráfico) a da Alemanha é apenas 23,7% maior que a média da União Europeia. Neste indicador ganha de longe o Luxemburgo, com uma produtividade 89% maior que a média europeia. Seguem-se-lhe bastante longe a Holanda, com 36,5% acima da média europeia, a Bélgica com 34,7%, a França com 32,7% e a Irlanda com 25,6%. Espanha também está acima da média europeia com uma produtividade superior em 7,9%. Pode ver aqui o gráfico interativo.
Estes dados foram publicados nesta sexta feira, 9 de dezembro de 2011, durante a reunião dos líderes europeus. Os números mostram-nos que muito preconceito quando se trata os gregos de preguiçosos, ou quando se diz que os alemães são os mais trabalhadores da Europa. Se alguma vez isso foi assim, hoje a coisa mudou. Com o dilacerante desemprego juvenil que na Grécia chega a 43,5% é expectável que qualquer grego com trabalho se sinta muito afortunado e que se agarre a esse trabalho com força. Isto também nos fornece dados sobre a deterioração em que vive parte importante da população europeia.
Artigo de Marco Antonio Moreno, publicado em El Blog Salmon e traduzido por Carlos Santos para esquerda.net
Comments
"os portugueses estão em
"os portugueses estão em quarto lugar!,
Eram, já não são os que mais trabalhavam na Europa. Hoje, depois do governo de Passos Coelho oferecer ao patronato mais 2,5 horas semanais de trabalho gratuito, passam os trabalhadores portugueses a serem aqueles que mais trabalham na Europa: 44,8 horas.
É um record que deverá de encher de orgulho Passos Coelho e o seu “boy de Chicago” ministro das Finanças, mas que deverá merecer o maior desprezo, indignação e revolta dos trabalhadores portugueses.
Trabalhar a mais não mata
Trabalhar a mais não mata ninguém. Mas garante que te mantenhas no emprego. Empresas que não lucram fecham e geram desemprego, precisa-se é gastar mais dinheiro, cá são muito seguros. Uma boa política política que os parvos julgam, seria sim o aumento do ordenado mínimo, mas isso aumentaria também os preços que pagam, ou seja isso gera inflação e não resolve o problema, apenas cria outro.
A produção laboral e horas semanais em excesso
trabalhar a mais não mata ninguém enquanto os portugueses estão na lista dos que mais horas semanais trabalham em média, não concordo em que o emprego se mantenha justamente por trabalhar mais horas que acaba por prejudicar a produtividade então do que adienta trabalhar mais se com menos horas o trabalho era muito mais eficiente e sem custos desnecessários.
Empresas conseguiram a umas décadas atrás um dos seus maiores feitos estagnar os salários e aumentar significamente a produtividade laboral e agora aumentam as horas de trabalho e produtividade cái mantém os ordenados ao seu atual preço mas se houver um aumento no salário mínimo mesmo que a inflação cresça simultaneamente a taxa TSU sobe que permitirá criar empregabilidade e reduzir os números do desemprego de longa duração.. muitas empresas acabam por não gerar lucros devido a não mudarem quando necessário, a sua localização, falta de interesse dos investidores, a falta de um modelo de negócio, não conseguir competir com outras empresas, estrutura de marketing pobre,lançamento de produtos no momento errado entre outros mas defendo principalmente a redução no IRS
Uma coisa é certa: Horas de
Uma coisa é certa: Horas de trabalho a fio não representam produtividade. Os alemães são certeiros, fazem à primeira, sabem o que fazem, e isso deve-se à sua instrução, rigidez de cultura. Nós podemos trabalhar bem, mas não conseguimos à primeira... é por tentativas. Somos um povo de fraca instrução, desleixado, deixa-andar, e só queremos é dinheiro, nem que isso represente enganar flagrantemente o nosso vizinho. O que nos falta é motivação para progredir...
O que importa não são as
O que importa não são as horas trabalhadas, mas o que produzem. Não adianta o português trabalhar mais se a alemanha vende bmw e portugal vende azeite. O país em si não é competitivo. Como isso não pode se refletir na moeda, que é a mesma, se reflete na cadeia de produção.
abs
frk
Estes graficos só exprimem 4
Estes graficos só exprimem 4 ideias principais:
1- Numa economia de mercado só interessa niveis de produtividade alta e não a quantidade de horas trabalhadas (num contexto economico de concorrencia)
2- Paises pequenissimos a nivel populacional (como Luxemburgo, Dinamarca, Finlandia) e outros parecidos com Portugal (como Belgica, Austria, Suécia e Holanda) alcançam niveis de produtividade altissimos devido a elevados graus de instrução e orientação para nichos de mercados com elevada rentabilidade e sustentabilidade...
3- O Português deveria interessar-se mais pela economia
4- O cidadão Português precisava de pensar "penso logo existo". E precisava também de aprender a pensar "penso logo trabalho"...Por mais que não seja para manter a tradição da sua magnifica história...
A minha interpretação deste
A minha interpretação deste gráfico é baseada na experiência que tive de passar por 3 empresas públicas e 3 privadas, na área tecnológica.
O problema do trabalhador Português não são as horas de trabalho que fazem, são os chefes ou patrões que supostamente deviam gerir o seu dia-a-dia e não o sabem fazer.
Temos muito a aprender em como gerir pessoas e torná-las produtivas. O típico chefe português tem a mania que só ele é que sabe e quando se fala em gestão de projectos, gestão do risco e afins, a resposta é sempre a mesma que é uma perda de tempo e não adianta nada e no fim ainda nos acham estúpidos por acreditar nessas metodologias.
Felizmente as coisas estão a mudar, mas muito devagar. Enquanto os patrões não perceberem que a gestão de recursos humanos é o maior valor que a empresa tem, e como obter e criar valor com eles, infelizmente vamos continuar a ser os que mais trabalham sem obter rendimento do mesmo.
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