A greve parou grande parte do país e trouxe para a rua a indignação – foi a primeira vez que a CGTP organizou manifestações e concentrações na greve e juntaram-se movimentos sociais, como os de precários, a esta paralisação. Em Portugal há um povo que luta contra o assalto aos subsídios, o aumento do horário de trabalho e os cortes na saúde, na educação e na segurança social.
O partido alemão Die Linke enviou ao Bloco de Esquerda uma declaração onde expressa a sua solidariedade para com os grevistas portugueses e felicita a “coragem” para “resistir à chantagem exercida por muitos governos europeus, sobretudo o alemão”.
A greve geral é um grande protesto contra a desastrosa política de austeridade imposta pelo governo PSD e pela troika. Nesta luta constrói-se unidade para mudar a situação no país, juntam-se pontes para lutar pela mudança na UE.
A força da greve de dia 24 de Novembro não pode ficar por aqui. Tem que continuar, dia a dia, mas terá, certamente, que ser chamada a comparecer nas ruas noutra grande mobilização de greve geral.
Francisco Louçã esteve com vários piquetes de greve em Lisboa nas primeiras horas da Greve Geral. A primeira etapa da noite passou pelo Metro de Lisboa.
Os aviões estão em terra nos aeroportos de Lisboa, Porto e Faro. Na CP, os serviços mínimos não estão a ser cumpridos e segundo os sindicatos, regista-se uma “paralisação total” na Soflusa, na Transtejo, na STCP e no Metro de Lisboa. Na Carris, apesar dos confrontos com a polícia, há fortes perturbações nos serviços, tal como na Vimeca.
Em grande parte dos municípios, a adesão dos trabalhadores paralisou completamente a recolha do lixo. O sindicato dos trabalhadores da administração local (STAL) denuncia as medidas de coação em Oeiras, com intervenção do Serviço de Intervenção Rápida da PSP, e em Sintra, onde foi contratada uma empresa privada para substituir os grevistas.
Pelas 7h, o corpo de intervenção da PSP quebrou o piquete da Carris, na Musgueira, onde se encontravam cerca de 50 pessoas, entre sindicalistas e populares. Um membro dos Precários Inflexíveis e outro da ATTAC ficaram com marcas da violência policial. A madrugada ficou ainda marcada por incidentes policiais noutros piquetes de greve.
Noticiário do esquerda.net emitido às 10 horas. Reportagem em vídeo da intervenção policial contra o piquete de greve da Carris na Musgueira em Lisboa, dos piquetes noturnos no Metro de Lisboa e na estação dos CTT de Cabo Ruivo e da Autoeuropa às 7 horas da manhã.
A administração da Renault impediu o piquete de greve de entrar nas instalações e recorreu à Guarda Nacional Republicana para travar os grevistas à entrada da fábrica, denunciou esta manhã o dirigente da União dos Sindicatos de Aveiro.
O secretário-geral da CGTP, Carvalho da Silva, congratulou-se com a participação “muito significativa dos trabalhadores" na greve geral desta quinta-feira. “É uma mensagem clara contra o aumento da exploração e contra o empobrecimento”, disse.
Naquela que já é considerada “uma das maiores greves gerais realizadas em Portugal”, os transportes, as escolas, as universidades, os hospitais, os serviços e muitas fábricas paralisaram. Disponibilizamos aqui as informações que foram chegando das várias regiões.
Fotos da cidade da Maia paralisada, de piquetes nos distritos de Braga e Aveiro, de concentrações em Coimbra e Setúbal, de uma escola de Pombal, da Fertagus e da RTP.
A manifestação promovida pela CGTP chegou a S. Bento, depois de percorrer as ruas da Baixa lisboeta com milhares de manifestantes. Milhares de ‘indignados’ desfilaram pela Av. da Liberdade até ao encontro do protesto da maior central sindical do país.
Na Galiza e em Atenas, trabalhadores galegos e gregos fazem concentrações diante de consulados e embaixadas portuguesas e entregam notas de solidariedade com os trabalhadores de Portugal.
A Greve Geral desta quinta-feira contou com uma forte adesão dos professores, educadores e investigadores portugueses que, em muitos casos, superou os valores verificados há um ano. “O ensino superior fez das maiores greves de sempre!”, lê-se no site da Fenprof.
A deputada do Bloco Mariana Aiveca realçou a enorme adesão à greve, quer no setor público como no privado. Carvalho da Silva sublinhou que os sacrifícios exigidos aos portugueses servem para pagar “aos credores e agiotas” e João Proença acusou o governo de manipular dados sobre a adesão à greve. Ver vídeo.
Noticiário do esquerda.net emitido às 18 horas, com reportagem da concentração em São Bento e entrevista com Mariana Aiveca sobre o balanço desta Greve Geral.
Mariana Aiveca realçou a enorme adesão à greve, quer no setor público como no privado, e comenta as declarações dos líderes da CGTP e da UGT sobre a hipótese de convocar uma nova greve geral.
Foi um aviso sério ao governo que, no outro lado da greve geral, não tem nada para oferecer ao país e que se encarniça apenas na defesa da política de austeridade sem nenhum horizonte palpável para a vida das pessoas.
A plataforma 15 de Outubro denunciou a presença “ilegal” de agentes da polícia infiltrados na manifestação que teve lugar no dia da Greve Geral. Repudiando a imagem de violência que, dizem, tem vindo a ser associada ao movimento, apresentaram imagens de polícias incitadores no meio dos manifestantes.
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