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Recapitalização é “euromilhões aos bancos"

O Governo voltou a reafirmar que, mesmo depois de avançar com 12 mil milhões de euros públicos para recapitalizar a banca, “a posição do Estado não corresponde à de um verdadeiro acionista”. ”Isto não é um acionista passivo, é um governo irresponsável a jogar ao monopólio com as notas de euro dos contribuintes”, acusou o Bloco.

A proposta de lei para a recapitalização da banca é um “euromilhões aos bancos", acusou o Bloco de Esquerda e “um bodo aos ricos”, afirmou o PCP. Foi desta forma que os dois partidos, que votaram contra a proposta apresentada pelo ministro Vítor Gaspar, se referiram à transferência de 12 mil milhões de euros de dinheiro público para o sector bancário.

No debate em plenário, o ministro das Finanças voltou a reafirmar que “a posição do Estado não corresponde à de um verdadeiro acionista”. O papel “passivo” do Estado como acionista dos bancos intervencionados com dinheiro público foi um dos principais pontos da contestação ao diploma agora aprovado. “O Governo entrega aos bancos o dinheiro dos portugueses, mas demite-se de olhar por ele. Isto não é um acionista passivo, é um governo irresponsável a jogar ao monopólio com notas de euro. Infelizmente com os euros dos portugueses”, declarou o deputado João Semedo.

Ainda antes da discussão que teve lugar hoje no Parlamento, já se sabia que o Governo vai proceder a alterações para garantir que a presença e capacidade de decisão do Estado nos bancos privados suportados com dinheiros públicos, é ainda mais residual.

“Quando os acionistas privados não querem avançar com o seu dinheiro para salvar o seu negócio e esperam que os contribuintes paguem e não mandem, não se trata de uma nacionalização mas sim da privatização de dinheiro público”, acusou o Bloco de Esquerda.

O deputado Honório Novo, do PCP, disse ainda que tinha "dúvidas" de que o parlamento estivesse a discutir mesmo a proposta governamental: "Não sei se esta é a proposta de lei do Governo, ou a de Ricardo Salgado", disse.

O documento, aprovado com os votos favoráveis do PSD, CDS e PS, segue para a Comissão parlamentar de Orçamento e Finanças, onde serão apresentadas e votadas as propostas de alteração. A lei deverá estar em vigor até ao final do ano.

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