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Polícia despeja acampamento em Wall Street

Centenas de polícias invadiram esta madrugada a praça Zuccotti, onde desde há dois meses centenas de ativistas organizam o movimento Occupy Wall Street. Dezenas foram presos e o mayor Bloomberg diz que só voltam para lá se deixarem as tendas em casa. Uma ação policial semelhante ocorreu em Oakland com mais de 30 presos no segundo despejo desde o início do protesto.
Desta vez, a polícia irrompeu no acampamento em Wall Street e tirou de lá centenas de pessoas durante a noite. Foto a c o r n/Flickr

Pouco passava da meia noite desta terça feira no centro financeiro de Nova Iorque quando começaram a chegar centenas de polícias e cercaram a praça Zuccotti, onde passavam a noite mais de uma centena de pessoas. Em seguida deram ordem de saída e um grupo de cem ativistas sentou-se a meio da praça, acorrentando-se entre si.

A polícia encerrou a ponte de Brooklyn e as estações de metro das proximidades de Wall Street e literalmente invadiu o centro financeiro da cidade. O espaço aéreo foi interditado aos helicópteros da imprensa e um jornalista do New York Times acabou também por ir preso no meio da confusão, diz o blog do movimento.  Antes das 3 da manhã, um grupo de 400 pessoas iniciou uma marcha para norte, convergindo em direção a Foley Square.

"Não podem despejar uma ideia que chegou no tempo certo", diz o comunicado do Occupy Wall Street. "E a nossa ideia é que as nossas estruturas políticas servem-nos a nós o povo - todos nós e não apenas os que amealharam muito poder e dinheiro.

Para esta quinta-feira, quando se completam dois meses desde o início do acampamento, está marcada uma ação direta não-violenta de massas, que envolve uma manifestação e a ocupação do metro e da praça Foley. Para esta manhã foi convocada uma assembleia pós-despejo.

Segundo o New York Times, o mayor de Nova Iorque, Michael Bloomberg, afirmou que os ocupantes poderão voltar à praça depois de feitas as ações de limpeza, mas sem sacos-cama ou tendas. Dado tratar-se de uma praça fora da alçada da Câmara, apenas o proprietário pode mandar despejar a praça Zuccotti, mas até agora tem resistido a fazê-lo, após muitas pressões sobre acionistas da empresa. Por vontade de Bloomberg, os ocupantes teriam sido despejados no primeiro dia e o mayor nunca escondeu o desejo de ver os manifestantes partirem assim que o frio chegasse a Nova Iorque.

Também em Oakland, na Califórnia, a polícia decidiu-se a despejar o acampamento de ativistas pela segunda vez desde o início do protesto. A ação policial tem estado debaixo da mira do movimento naquela cidade, depois de uma bala de borracha disparada por um agente ter morto um veterano de guerra que se manifestava.

Desta vez, o despejo foi menos violento, com a polícia a prender cerca de 30 ativistas na madrugada de segunda-feira. As tendas desapareceram, mas alguns milhares de manifestantes regressaram à praça Frank Ogawa ao fim da tarde para uma assembleia e manifestação. "Do que gostavam os poderes de facto que estão nestes edifícios aqui à volta era que fossemos para casa dormir para que a sua farsa possa acelerar e continuar", disse Brad Newsham, um ativista de 60 anos que chegou à praça empunhando um cartaz onde se lia "Reocupar Oakland".

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