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OE'2012: "Empobrecer não é resposta às dificuldades dum país pobre"
Na abertura do debate na generalidade do Orçamento de Estado para 2012, Passos Coelho afirmou que não há margem para negociar os cortes nos subsídios de Natal e férias ou o aumento do IVA para a restauração. "Este OE não tem almofadas, folgas, nem esse espaço de manobra", disse o primeiro-ministro aos deputados, antes de elogiar a "atitude de responsabilidade" do Partido Socialista, que anunciou a abstenção no voto do OE'2012.
Na sua intervenção, Francisco Louçã diz que Passos Coelho não justificou nenhuma das medidas concretas que têm efeito sobre a vida das pessoas. "Não o ouvimos explicar porque é que vai retirar um ou dois meses de quase todas as pensões e dos funcionários públicos, não o ouvimos explicar o peso sobre a economia portuguesa e a recessão que se anuncia cada dia mais grave", começou por afirmar o deputado bloquista. "Posso dizer-lhe com todo o gosto onde é que estão as piores das almofadas. Estão certamente em muitas rubricas do orçamento, em que há folgas", alegou Francisco Louçã, durante o debate na generalidade do Orçamento do Estado para 2012, no Parlamento, criticando em seguida os "1715 milhões de euros que são dados em benefícios fiscais a empresas".
"Folga, almofada, são os 16 dias gratuitos que quer que o sector privado pague. Almofada são os despedimentos mais baratos que o senhor primeiro-ministro quer incentivar", prosseguiu Louçã. Mas "a pior" e "a maior almofada de todas" são os "quase 2 mil milhões de euros" que o Governo "quer tirar a todos os reformados acima de 485 euros e a todos os funcionários públicos", arescentou o deputado bloquista.
Louçã falou ainda do "novo Muro de Berlim" que Merkel e Sarkozy discutem erguer na Europa e acusou os líderes europeus de tomarem decisões que não duram mais que alguns dias, antes de serem destroçadas pela especulação financeira. "O risco sistémico está dentro da Europa", declarou o deputado do Bloco.
Louçã acusou ainda Passos Coelho de ter feito dois Orçamentos Rectificativos em apenas quatro meses. "E eu não sei se não será o primeiro Governo que fará um Orçamento Rectificativo a um Orçamento - que é este que estamos a discutir - ainda antes de entrar em vigor", acrescentou
"Este é o pior dos Orçamentos possíveis, porque é um Orçamento de faz de conta. Faltam seis semanas para acabar o ano e o primeiro-ministro não tem ainda acertadas as contas do défice do ano que está a acabar e cada dia que passa é mais cara a negociação com os fundos de pensões dos bancos de que está à espera", alertou Francisco Louçã.
"Há um excesso de crueldade e de mentira neste Orçamento", prosseguiu Louçã, lembrando as palavras de Passos Coelho na campanha eleitoral. "Este Orçamento garante 8 mil milhões de euros para pagar juros, que é praticamente o que o Estado quer gastar na Educação de todas as crianças e jovens em Portugal. Mas hoje, pela primeira vez na História de Portugal, somos o país da Europa que menos apoia a Educação", denunciou o deputado do Bloco, antes de concluir que "empobrecer não é a resposta às dificuldades de um país pobre".
Comments
Gostaria de ouvir falar na AR
Gostaria de ouvir falar na AR sobre pensões vitalicias e regalias de luxo da classe politica , paraísos fiscais , privatizações ,subsidios e ausência de impostos nos lucros no sistema financeiro . Bem haja !
VERDADE
VERDADE
gostaria de ainda ver um dia
gostaria de ainda ver um dia a Humanidade realmente livre da ganância material e do odio pela vida que pode ser mágica !
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