LPN diz que património natural está ameaçado

29 de October 2011 - 15:07

Cortes de verbas no Orçamento de 2012 para a conservação da natureza “arriscam a destruição, potencialmente irreversível, de valores como a biodiversidade e o património natural”.

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A aplicação da austeridade à natureza significa, na prática, a abertura à sua destruição, diz a LPN. Foto de draculina_ak

A Liga para a Proteção da Natureza advertiu em comunicado que "as políticas propostas no Orçamento de Estado para 2012 arriscam a destruição, potencialmente irreversível, de valores como a biodiversidade e património natural como rios e solos. Não existe economia de longo prazo se destruirmos o substrato da economia, que é a Natureza".

A LPN sublinha que "a austeridade a nível social é perturbadora e dramática, mas a aplicação à natureza significa, na prática, a abertura à sua destruição".

O Orçamento de Estado prevê que seja cortada a verba para a conservação da natureza e que se passem responsabilidades para privados e autarquias. Assim, o "Estado abdica das suas responsabilidades".

A entidade aponta para a falta de vigilantes da natureza, ausentes em 20 sítios classificados, monumentos, paisagens protegidas e reservas naturais. Por outro lado, existem 183 vigilantes da natureza para 755.744 hectares de área protegida, ou seja, para cada 4.129 hectares um profissional.

Por outro lado, a confirmação da proposta de privatizar a gestão da água e resíduos, através da privatização do Grupo Águas de Portugal, leva a Liga a referir que "a gestão economicista para a água, decorrente da privatização da mesma, teve efeitos desastrosos onde tentada".

A LPN refere a existência de "várias políticas razoáveis" no documento do Orçamento do Estado, como aumentar a disponibilidade de terras para atividade agrícola, promover uma visão mais integrada das áreas da sanidade animal e vegetal e segurança alimentar ou elaborar planos estratégicos de proteção dos grandes rios. Mas estas políticas “não estão concretizadas em termos de orçamento, pelo que muitas delas poderão não ser concretizáveis por futuros constrangimentos financeiros".