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O Novo Velho Ciclo do PS

Contributo de Pedro Fidalgo Machado

Terminado o congresso do PS, António José Seguro tenta a todo custo querer fazer parecer que este é um PS reabilitado.

E por isto é tão importante preservar a nossa memória colectiva. Nos sete anos de governação socialista com José Sócrates primeiro-ministro, não se ouviu de Seguro uma única critica às políticas impostas por esse Governo. Pelo contrário, assistiu-se a uma total conivência de Seguro com essa política. Não teve pudor em demonstrar o seu apoio quando no último congresso da era Sócrates, aceitou o convite para integrar a lista da comissão política do PS e já neste congresso da sua consagração, afirmou o seu orgulho nos anteriores líderes do PS, com o nome de José Sócrates à cabeça. Apesar de não ter necessidade de o fazer, Seguro fez questão de nos dizer que está comprometido com o passado histórico do Partido Socialista, incluído o mais recente.

Mas não só do passado recente se falou neste congresso. Também muito se percebeu sobre o rumo que este PS defende para o país e a sua estratégia, que se podem resumir em quatro pontos.

Ponto 1: Seguro, convicto que está que o rumo que Sócrates impôs ao país é o do crescimento económico e que é socialmente justo, culpa a crise internacional por todos os males que nos foram impostos.

Ponto 2: Afirmação do empenho do PS na aplicação do programa da troika: “afigura-se de primordial importância o cumprimento do pacote de reformas económicas associadas ao programa de assistência financeira” e da rejeição da auditoria e renegociação da dívida.

Ponto 3: Assentar a estratégia do PS num brutal ataque à democracia, de forma a garantir que o rotativismo e a hegemonia do bloco central não é colocado em causa quando defende e propõe a revisão da lei eleitoral para a Assembleia da Repúblicadeixando o pronuncio da implementação de ciclos uninominais para a eleição dos deputados à Assembleia da República.

Ponto 4: Na garantia que a revisão constitucional é uma realidade para esta legislatura, sendo que no contexto actual da relação de forças no parlamento só pode ser realizada com o apoio do PS.

Neste “O Novo Ciclo” do PS-Seguro a única garantia que ficou foi que o PS continuará a ser o que sempre foi. O PS da marca dos 700 mil desempregados, do ataque aos direitos de quem trabalha e da degradação do Estado social.

Pedro Fidalgo Machado, membro da CCD do Porto.

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