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Uma esquerda plural e de confiança

Contributo de Luís Miguel Sá

Enfrento com muita naturalidade a descida no eleitorado do bloco nestas eleições, sei que a luta é difícil por isso não espero que seja fácil o combate por uma vida com mais qualidade para todos nós.

Este é o tempo de reflectir não para encontrar culpados, quem são? Eu? Tu? Somos todos do Bloco e decidimos, e muito bem confiar nesta direcção que muita honra pelo povo de esquerda e por todos, combate o neoliberalismo com todo o afinco e garra que sempre foi exigido e esperado por todos.

Não me sinto defraudado, nem nunca me senti por todas as decisões feitas pelo Bloco, ou seja, por mim e por todos os que votaram nesta direcção, sinto que se o Bloco fosse à reunião da troika, teria talvez melhor resultado mas para mim é mais sério e ideologicamente correcto não se ter apresentado na reunião. O apoio ao Alegre embora o homem não tenha tido as melhores opções, não foi o bloco que errou porque confiou nas características ou nuances que Alegre apresentou até então como homem de esquerda e que defendia os princípios da esquerda. Simplesmente esse alegre tem duas caras e um coração: o PS.

Mas a minha naturalidade é racional, sem qualquer sentimento de querer alterar os números da descida. O Bloco desceu! É verdade porque a direita subiu. Lógico! Não quero tornar isto tão simples assim se a direita sobe a esquerda desce é evidente, mas tudo por uma consciência popular que se instalou através dos média e dos partidos que agora são governo. O chamado populismo direitoso que fez com que a simpatia popular e o medo de não ter dinheiro para o mês seguinte, ter mudado a uma grande fatia do eleitorado da esquerda para a direita. E também de um regresso do eleitorado ao PCP pela aproximação do dois partidos.

Agora que se esgrime a maioria dos argumentos de derrota eu prefiro um argumento de confiança.

Eu confio neste Bloco de Esquerda e nunca me deixou frustrado ou chateado com as suas decisões políticas, devo dizer que me sinto orgulhoso, talvez orgulhosamente só nas decisões tomadas. Sei que este tempo parece algo inédito pensar-se que até é bom o Bloco ter descido, mas como costumo dizer “A frustração faz crescer!”. Ao ler as noticias e os acontecimentos devo dizer a perda do deputado no parlamento europeu GUE/NGL é especial pode significar muito para todos nós é importante perceber quanto vale a esquerda de alguns. “Os ratos com medo fogem pelos buracos do caruncho da ambição”.

Mais ainda podem aparecer ou desaparecer, mas isso não deve ser o centro da política do Bloco nem muito menos um motivo de desânimo porque a luta é difícil, e combate-se todos os dias por uma vida melhor e mais justa para todos.

Agora é tempo de olhar para os dias que aí vêm, e o futuro difícil que o povo vai enfrentar, uma troika de muito corte, desemprego e pobreza, aí está o cerne da palavra até é bom porque a luta é mais visível no dia-a-dia de todos. Este é o momento de aproveitar e mostrar o quanto valemos e quanto valem as nossas propostas, temos de ajudar os nossos deputados(as) a mostrar ao país quanto valem as decisões que ora o governo toma, e o bloco tomaria enquanto governo de Esquerda. Também no nosso dia temos de fazer o nosso “trabalho” em fazer valer o valor das propostas do bloco. Este é tempo de luta e esta é uma luta de todos homens e mulheres de esquerda que se devem mobilizar para devolver a justiça às nossas vidas.

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