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Informações da reunião do núcleo concelhio de Matosinhos

Contributo colectivo do Núcleo de Matosinhos do BE

Este texto não pretende ser uma acta e muito menos um processo verbal da reunião, antes uma breve síntese de alguns dos pontos tratados.

O Núcleo Concelhio de Matosinhos do Bloco de Esquerda reuniu no dia 10 de Junho, para fazer um primeiro balanço dos resultados das legislativas de 5 de Junho e traçar perspectivas sobre a intervenção local.

Apesar desta reunião ocorrer apenas 5 dias após as eleições e num dia feriado, o número de participantes, cerca de trinta aderentes, o seu empenho e a qualidade das intervenções foi assinalável.

Foram debatidos pontos que têm em conta os contextos e condicionalismos internos e externos da derrota eleitoral do Bloco.

Muitos dos presentes abordaram as seguintes questões, entre outras: a forma como foi dado o apoio ao candidato presidencial Manuel Alegre; a data escolhida para a apresentação da moção de censura; a frustração criada com a inconclusiva reunião com o PCP e os efeitos da recusa da entrevista com o FMI .

Constatou-se o facto de a mensagem do BE não ter passado para o eleitorado, a despeito do esforço desenvolvido nesse sentido, quer pelos candidatos nas suas intervenções, quer pela ampla distribuição dos materiais de propaganda.

Foram, igualmente, apontadas algumas falhas no discurso, pelo quase abandono de temas que eram habituais nos programas do BE e a opção quase exclusiva pelo discurso económico, que nem sempre é claramente inteligível pelos eleitores.

Foi referida a necessidade de o BE juntar à intervenção institucional uma perspectiva de “correr por fora”, aliando ao BE politicamente credível, um BE de combate.

Foi referida a necessidade de o BE assumir internamente a troca de experiências e uma prática mais democrática.

Analisaram-se dados relativos à abstenção e aos votos brancos e nulos, que alcançaram os valores mais elevados em eleições legislativas.

Constatou-se que a votação do BE em Matosinhos obteve a taxa mais elevada do distrito e acima da média nacional, provavelmente dada a persistência do trabalho político do BE no concelho, fora dos períodos eleitorais.

Considerou-se que a principal causa do afastamento dos eleitores e do seu voto à direita parece advir do medo instalado pelo “centrão”, da ideia da inevitabilidade da intervenção do FMI, repetida exaustivamente pela comunicação social, com ameaças de falta de dinheiro para os salários e da bancarrota iminente a somar-se ao descrédito nos “políticos” e na Política.

Como se verificou a existência de uma autêntica barragem por parte da Comunicação social às propostas apresentadas pelo BE, é imperioso procurar furar o cerco, talvez com a utilização ainda maior das novas tecnologias de informação.

Do mesmo modo, surgiram, também, várias propostas no sentido de proporcionar uma maior interligação do trabalho político concelhio com as populações, com vista a alargar a audição do BE e de aumentar a capacidade popular de mobilização contra a crise, em que os presentes se manifestaram empenhados.

Um debate aberto, construtivo e sem tabus, deverá continuar, como forma responsável de criar verdade política.

Matosinhos, 14 de Junho de 2011

Pelo Secretariado Concelhio, Ferreira dos Santos

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