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Estaleiros de Viana: trabalhadores querem travar despedimentos

Mais de 650 trabalhadores aprovaram uma moção exigindo a suspensão imediata do processo de reestruturação que prevê a saída de 380 funcionários, de um total de 720. Bloco questionou o Governo e reuniu esta sexta-feira com a Comissão de Trabalhadores.
Mais de metade dos actuais 720 empregados dos ENVC ficarão sem trabalho, num distrito que já tem uma das mais elevadas taxas de desemprego do país, com cerca de onze mil pessoas inscritas nos centros de emprego.

Esta semana, num plenário que decorreu na empresa, mais de 650 trabalhadores aprovaram uma moção exigindo a suspensão imediata do processo de reestruturação que prevê a saída de 380 funcionários, de um total de 720, até final do ano, que entregaram depois em mão à administração. Entretanto o presidente demissionário dos Estaleiros Navais de Viana do Castelo (ENVC) admitiu, esta quinta-feira, que o encerramento total do maior construtor naval português foi equacionado nos últimos meses e que a reestruturação agora iniciada ainda apresenta "riscos".

O Bloco considera inaceitável que uma empresa com capitais públicos e de um sector de bens transaccionáveis, envie para o desemprego mais de metade dos seus trabalhadores, “acentuando o drama social de toda a região, e desmantelando uma indústria de vital importância para o crescimento económico do país”.

Para além de já ter questionado o Governo, através do Ministério da Economia e do Emprego, sobre a possibilidade de salvaguarda dos 380 postos de trabalho, o dirigente bloquista Pedro Soares reuniu esta sexta-feira com a Comissão de Trabalhadores dos ENVC.

À saída da reunião, Pedro Soares afirmou "estar em marcha" a privatização dos ENVC, através de um plano de reestruturação "incompetente" que apenas prevê despedimentos.

Despedidos dos ENVC engrossarão as já longas filas de desemprego da região

A Administração dos ENVC anunciou esta segunda-feira a sua intenção de despedir 380 funcionários. Assim, mais de metade dos actuais 720 empregados dos ENVC ficarão sem trabalho, num distrito que já tem uma das mais elevadas taxas de desemprego do país, com cerca de onze mil pessoas inscritas nos centros de emprego.

Estes despedimentos estão previstos no Plano de Reestruturação e Viabilização dos ENVC, aprovado pelo Governo enquanto accionista, que prevê também a injecção de 13 milhões de euros do Estado numa empresa que terminou 2010 com um prejuízo de 40 milhões de euros, com capitais próprios negativos de cerca de 70 milhões e com um passivo total na ordem dos 200 milhões de euros.

A Administração da empresa fala de uma “solução negociada” com estes trabalhadores, nomeadamente através da negociação de saídas voluntárias, do incentivo a reformas antecipadas e de rescisões por mútuo acordo. Contudo, muitos destes profissionais não conseguirão encontrar outra ocupação, designadamente devido à crise económica, o que causará enormes problemas a centenas de famílias.

O próprio presidente da Câmara Municipal de Viana do Castelo, já anunciou que será “difícil ao tecido económico absorver de uma só vez” um número tão significativo de desempregados “altamente qualificados”. 

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