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Nada substituirá uma Convenção ordinária antecipada

Contributo de José Manuel Faria

A realização da Convenção do BE um mês antes das legislativas foi um erro e, digamos, um contra-senso: a nova direcção esteve suspensa - quem definiu (aprovou) a lista de candidatos foi a “velha” direcção, foi esta que teve de dar a cara pelos maus resultados, mas analisados pela nova Mesa Nacional, digamos, uma trapalhada que originou um pedido de demissão absurdo: não se pode demitir quem ainda não tomou posse.

Há uma questão óbvia a colocar ? a direcção do BE não pensou nesta possibilidade? Ou, já a previa e realizou a convenção naquela data propositadamente.

A quebra eleitoral tem as suas causas bem definidas: o voto no PS para Passos não vencer, a abstenção por protesto do rumo político, o factor Alegre, o factor Troica (não presença), o pensamento único (obedecer à troica) incutido 24 sobre 24 horas, o processo eleitoral altamente centralizado (distritais), a moção de censura inconsequente, a falta de perspectivas quanto à subida ao governo (votar para ser oposição), o factor continuidade (os mesmos 16 deputados) ? o eleitor também quer novas caras e o factor Louçã: o partido não pode viver só com um homem; quem gosta, gosta, quem desconfia ou detesta não vota (mesmo que possa ter simpatia pelas ideias).

O partido pode realizar centenas de debates para reflectir sobre os resultados, estratégias e tácticas, no entanto, nada substituirá uma Convenção ordinária antecipada: início de 2012.

José Manuel Faria, aderente nº 364

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