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Intervenção de abertura da Convenção
Perante mais de 600 delegados e convidados, Francisco Louçã abriu a VI Convenção Nacional do Bloco de Esquerda, sublinhando a necessidade de “Juntar forças para uma esquerda mais forte”. A fúria privatizadora do governo, que quer fazer um negócio de todos os bens públicos, e o descaramento dos patrões que lucram milhões e despedem trabalhadores, mereceram o repúdio de Louçã, que apresentou propostas concretas para combater o desemprego e o abuso.
Oiça a intervenção de abertura em mp3 ou wma ou veja os vídeos.
Louçã iniciou o discurso de abertura da VI Convenção com uma referência ao documento fundador do Bloco “Começar de Novo”, para lembrar que um novo programa para a esquerda é um processo longo, “uma tarefa de uma geração” que só pode ser construída superando “sectarismos”. O Bloco de Esquerda empenha-se nesse projecto, constituindo cada vez mais uma “esquerda popular, plural, combativa, influente e capaz de reconstituir a esperança”.
Francisco Louçã saudou todos os delegados e convidados presentes, merecendo uma referência especial o líder da CGTP Carvalho da Silva e também “os camaradas dos Açores, onde o Bloco de Esquerda conquistou pela primeira vez dois deputados, em nome dos mais pobres”. As saudações multiplicaram-se também para os que na Madeira combatem “o jardinismo”, para os sindicalistas e trabalhadores que lutam contra o abuso, para os jovens precários, para os autarcas que são pelas prioridades sociais e pelo combate à corrupção, para os activistas LGBT, para as mulheres que lutam pela igualdade, para todos os que combatem todas as discriminações.
Os que lutam contra os atentados ambientais, os imigrantes que devem ter os mesmos direitos e os professores que apesar de todas as ameaças continuam a lutar pela escola pública, mereceram também o aplauso dos presentes.
De seguida, Louçã dirigiu baterias contra o governo, passando mesmo imagens das intervenções de Sócrates no parlamento, sempre muito agressivo contra o Bloco de Esquerda. “O governo ataca as propostas do Bloco com rara violência, como o fez em relação ao direito à reforma ao fim de 40 anos de descontos ou em relação ao alargamento do subsídio de desemprego”, disse Louçã.
Ainda sobre o desemprego, Louçã lembrou as palavras de Sócrates antes de ser eleito primeiro-ministro, há 4 anos. Nessa altura, José Sócrates criticava a Direita pelos 7,1% de taxa de desemprego, considerando-a “a marca de uma governação falhada”. Mas hoje, sublinhou Louçã, “há mais 100 mil desempregados do que essa marca e este ano podemos chegar aos 10% de taxa de desemprego”.
Um dos responsáveis pela vaga de despedimentos que assola o país é o homem mais rico de Portugal, Américo Amorim, que obteve lucros de 10 milhões de euros até Outubro de 2008 e já mandou para o desemprego 193 trabalhadores e trabalhadoras. Mas para o governo, sustenta Louçã, o desemprego não é um problema de decência mas sim de legalidade. “É caso para perguntar: falta algum carimbo, senhor ministro?”, rematou Louçã, sem antes dizer: “Melhor seria despedir estes patrões”.
Após criticar a fúria privatizadora do governo, que quer fazer negócio com todos os bens públicos – não escapando mesmo os monumentos nacionais que até já podem ser concessionados – Louçã avançou para duas propsotas concretas para combater o desemprego e o abuso: proibir os despedimentos nas empresas que têm lucros e impedir as empresas que tiveram benefícios, subsídios ou insenções do Estado, de usarem o dinheiro público para pagar dividendos aos seus accionistas.
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