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Catroga reconhece que PSD não negociou nada com a troika

Responsável do PSD pelo apoio ao plano da troika diz que “quem fez as negociações foi o governo, foi o governo que assinou com a troika. A nós foi-nos dado conhecimento após a assinatura do governo”.
Catroga disse que só conhece “o original em Inglês". Foto de José Sena Goulão/Lusa

Eduardo Catroga, responsável do PSD para as negociações com a troika, disse sexta-feira que desconhece completamente a existência de duas versões do acordo de resgate financeiro a Portugal.

“Estão a dar-me uma novidade e, portanto, desconheço completamente”, disse Eduardo Catroga garantindo que só conhece uma versão do documento.

Recorde-se que esta sexta foi revelado que o governo assinou a 3 de Maio os memorandos com a UE e com o FMI e duas semanas depois, na reunião de 17 de Maio do Ecofin, firmou uma segunda versão diferente da primeira, com alterações nos prazos e na substância de algumas das medidas.

Catroga disse que só conhece “o original em Inglês, que tem uma versão mais sintética e uma versão mais alargada”.

Diferenças nas versões

No documento final, há uma redução em dois meses no prazo que o governo tem para apresentar alterações ao regime de indemnização por despedimento – a proposta tem de entrar na Assembleia da República já em Julho. O mesmo limite vale para o estabelecimento de tectos ao endividamento e para a revisão da estrutura tarifária das empresas da administração central.

Em relação à Taxa Social Única (TSU), o futuro governo tem de apresentar a proposta de descida também até ao final de Julho, para que a redução seja incluída no próximo Orçamento de Estado .

Além dos novos prazos, o documento também introduz alterações na substância das medidas. O texto deixa em aberto a possibilidade de a TMN, Vodafone e Optimus ficarem de fora de um futuro leilão móvel.

Numa nota enviada à agência Lusa, o Ministério das Finanças confirmou ajustamentos, mas sublinhou que são pontuais, tratando-se apenas de ajustamentos pontuais feitos pelos órgãos decisores das instituições internacionais.

Então não sabem o que é que assinaram?”, pergunta Louçã

No comício em Leiria, Francisco Louçã disse que “Afinal há um documento e há outro documento. Eles não são bem iguais. Não sabemos bem de que se trata um e outro. E eu quero perguntar: então não sabem o que é que assinaram?”, questionou. “Será que a campanha tem mesmo que recomeçar de novo, vamos voltar aos debates para que eles, uma vez, nos possam falar daquilo que assinaram?”.

E acrescentou em tom irónico: “O que é espantoso é que, de dia 17 de Maio até agora, passaram quase duas semanas e os partidos que assinaram, para que Portugal se comprometesse e ficasse agarrado àquela proposta, vêm agora com cara de caso dizer: não, não! Nós não conhecemos bem o texto”.

Voltando ao tom sério, Louçã disse que os líderes dos três partidos que assinaram o acordo com a troika vão fingir que não é nada com eles. “Põem a sua cara de missa do sétimo dia para acabar com o direito dos trabalhadores a uma indemnização justa pelo despedimento, querem arrastar o país para acabar com o apoio aos desempregados, querem facilitar os despedimentos”, criticou.

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