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Professores: Plataforma diz que suspender avaliação é serviço ao ensino

Em conferência de imprensa nesta sexta-feira, a Plataforma Sindical dos Professores reafirmou a sua exigência de suspensão do processo de avaliação, observando que "cresce o número de escolas que, por motu proprio, suspendem todo o processo." A suspensão, argumentam os sindicatos, permitirá que os professores recentrem a atenção "naquela que é a sua primeira e fundamental missão - ensinar", disse Mário Nogueira. Os sindicatos não consideram que esta exigência signifique não estarem a cumprir o memorando assinado com o governo em Abril.

Os sindicatos manifestaram-se disponíveis para antecipar "em alguns meses" a negociação do modelo de avaliação de desempenho, prevista para Junho e Julho de 2009, no memorando. Para a Plataforma, "bastou um mês de aulas para todos os professores e educadores terem claro que este modelo não é capaz sequer de ser instalado, quanto mais aplicado com um mínimo de equidade." A causa é a enorme complexidade do modelo, "sujeito a leituras tão difusas quanto distantes entre si e que nem o próprio Ministério da Educação consegue explicar devidamente."

Além disso, a instalação do modelo é morosa e dificultada ainda pela falta de informação inequívoca às perguntas que vão aparecendo.

Para a Plataforma, os professores aperceberam-se da verdadeira dimensão do "monstro" que têm pela frente, e desabafam: "assim não se pode ser professor".

"Assim", conclui o comunicado da Plataforma, "suspender o processo de avaliação desde já, e numa altura em que cresce o número de escolas que, por motu proprio, suspendem todo o processo, permitirá:

1. Recentrar a atenção dos professores naquela que é a sua primeira e fundamental missão - ensinar.

2. Permitir assim que os professores se preocupem prioritariamente com quem devem - os seus alunos;

3. Antecipar em alguns meses a negociação de um outro modelo de avaliação do desempenho docente, quando já estão em circulação outras propostas, radicalmente diferentes e surgidas do meio sindical;

4. Dirigir as energias das partes contratuais (ME/Sindicatos) para a problematização e renegociação dos principais eixos da desastrosa política educativa deste Governo, que incluem, inevitavelmente o Estatuto da Carreira Docente e a gestão e administração das escolas."

(...)

Neste dossier:

Professores em Luta (actualizado)

O actual modelo de avaliação de desempenho de docentes está a provocar o caos nas escolas, impedindo os professores de se concentrarem no mais importante: as aulas e os alunos. Antevê-se um mês de Novembro quente, com muitas escolas a tomarem posição pela suspensão da avaliação e com os professores a voltarem às ruas. Neste dossiê, o Esquerda.net seleciona alguns dos últimos posts mais pertinentes dos blogues de professores, e acrescenta alguns artigos, em permanente actualização.

20 novas escolas por dia pela suspensão da avaliação

O ritmo é impressionante e mostra bem a instabilidade que reina nas escolas graças ao actual modelo de avaliação de desempenho de professores. Nesta semana, há notícias de pelo menos 20 novas escolas por dia a exigir a suspensão da avaliação. Numa escola de Leiria, a avaliação foi mesmo suspensa por decisão dos professores avaliadores, informa o Conselho Executivo.

Sucedem-se escolas em luta contra "avaliação burocrática" de professores

Em catadupa, sucedem-se os abaixo-assinados e as tomadas de posições de escolas pela suspensão deste modelo de avaliação de professores, que acusam de burocrático e de prejudicar a preparação e qualidade das aulas (lista actualizada). Em alguns casos, os Conselhos Pedagógicos decidiram mesmo suspender todos os processos relacionados com a avaliação. E em centenas de escolas o processo nem sequer teve início, tais são as dificuldades.

Escola inteira arrasa actual avaliação de professores

O conselho executivo do Agrupamento de Escolas Aristides de Sousa Mendes (Póvoa de Santa Iria) elaborou um documento, assinado por todos os membros da direcção da escola e pela totalidade dos professores do agrupamento (123 professores, do 1º, 2º e 3º ciclos) exigindo a suspensão deste modelo de avaliação de desempenho e a sua substituição por um processo simplificado. 

Professores: Apelo pede uma única manifestação

Três professores divulgaram um apelo à união de esforços numa única manifestação, "uma só voz, pelo fim do experimentalismo legislativo e pela qualificação da escola pública, e pelo fim da humilhação dos professores que são o seu rosto". Neste momento estão marcadas duas manifestações: uma no dia 8 de Novembro convocada pelos sindicatos, outra no dia 15 convocada pelos movimentos.

Professores: Plataforma diz que suspender avaliação é serviço ao ensino

Em conferência de imprensa nesta sexta-feira, a Plataforma Sindical dos Professores reafirmou a sua exigência de suspensão do processo de avaliação, observando que "cresce o número de escolas que, por motu proprio, suspendem todo o processo." A suspensão, argumentam os sindicatos, permitirá que os professores recentrem a atenção "naquela que é a sua primeira e fundamental missão - ensinar", disse Mário Nogueira. Os sindicatos não consideram que esta exigência signifique não estarem a cumprir o memorando assinado com o governo em Abril.

Ministra apela às escolas para que não apliquem a lei

A ministra da Educação enviou uma circular às escolas de todo o país para dispensá-las do cumprimento da obrigação legal de publicar a delegação de competências na avaliação de professores em Diário da República. Mas o fundamento da ordem ministerial é uma lei que não existe e que, a ser aprovada, só entrará em vigor em Janeiro de 2009.

Bloco quer suspensão desta avaliação de professores

O Grupo parlamentar do Bloco de Esquerda entregou na Assembleia da República um projecto de resolução com vista à suspensão do actual modelo de avaliação de professores, considerado "burocrático e inadequado" e responsável pela instabilidade e "pandemónio" que se vive nas escolas. Em alternativa, o Bloco propõe "a adopção faseada de um novo modelo de Avaliação de Escolas e Docentes, formativo, integrado e participado".

A polémica das duas manifestações

Com uma diferença de apenas uma semana, estão marcadas duas manifestações nacionais de professores em Lisboa. Uma no dia 8 de Novembro convocada pela Plataforma Sindical e outra no dia 15 de Novembro, oficializada por novos movimentos de professores. Entretanto, multiplicam-se apelos para que sindicatos e movimentos convirjam para uma única grande demonstração de força dos professores. O Esquerda.net seleccionou alguns dos principais posts que correm na blogosfera e que versam sobre esta polémica.

A armadilha do mérito

O discurso neo-liberal conseguiu introduzir na escola uma visão do "mérito" como categoria absoluta, a partir da qual se podem e devem tomar todas as decisões, que têm repercussões definitivas na vida dos alunos e dos professores.

Professor Avaliador demite-se do cargo

Eu, abaixo-assinado, venho por este meio apresentar ao Conselho Executivo, ao Conselho Pedagógico e à Comissão de Coordenação da Avaliação do Desempenho do Pessoal Docente da Escola Secundária Alcaides de Faria, o meu pedido de demissão do cargo de avaliador para o qual fui indigitado e sobre o qual ainda não iniciei funções.

O que faz correr a Ministra da Educação?

De facto, o novo modelo de avaliação docente, que segundo a Ministra da Educação, tem como objectivo fundador a melhoria das práticas dos professores e a instituição do rigor na avaliação, mais não visa do que a consecução do paradigma educativo neoliberal.

Um Olhar Externo

O Jorge do Fliscorno deixou um comentário que merece destaque, pelo olhar que nos traz, exterior, ponderado, lúcido, mesmo se por vezes dizendo o que nem todos gostam de ler. No entanto, é nestas alturas que, mesmo que embalados, se torna indispensável ponderar outras perspectivas.

As mil e uma tarefas dos professores

O governo tentou criar uma imagem distorcida dos professores, conotando-os com o absentismoe a falta de empenho. Uma imagem que colou numa parte da opinião pública. Neste post, Mário Carneiro responde a um cidadão que está convencido que os professores não trabalham.

O governo socratino no país das maravilhas

Era uma vez um País (das maravilhas) onde havia um governo que estava a um ano de eleições, e cujo primeiro ministro tinha um sonho. Era um "sonho em grande", que se traduzia na ambição de continuar a ser primeiro ministro depois das tais eleições. Ora, como a maior parte das contas que o primeiro ministro e os seus especialistas de propaganda e marketing tinham feito no início da legislatura tinham saído furadas, restava ao governo uma bandeira - o "sucesso escolar".

O desabafo dos professores também se faz com poemas

A burocracia e o autoritarismo com que as medidas deste ministério da educação inundaram as escolas levou vários professores a redigirem poemas como forma de desabafo, mas também de sátira acutilante. O Esquerda.net escolheu para publicação quatro curtos poemas que circularam na blogosfera.

O problema dos professores é político

Numa altura em que crescem as tensões entre sindicatos e "movimentos" de professores, a discussão sobre as formas de organização da classe docente é motivo para muitas opiniões. Miguel Pinto, no seu blogue "O Olhar do Miguel", escreveu um post sobre este assunto que deu que falar e que reproduzimos abaixo. Veja também as respostas de Paulo Guinote e de Ramiro Marques

Felizmente há blogs!

Os sindicatos deveriam compreender e acarinhar o contributo exemplar desta participação cívica que diz respeito a milhares de colegas. Afastar os autores dos blogs ou os movimentos que se foram gerando da marcha do dia 8 de Novembro, ou de algum modo empurrá-los para fora, seria um crime e não apenas uma estupidez!

Fenprof apresenta modelo de avaliação alternativo

A Federação Nacional de Professores apresentou recentemente um conjunto de linhas orientadoras para a construção de um novo modelo de avaliação dos docentes, alternativo ao do governo. Esta proposta baseia-se na auto-avaliação e na co-avaliação além de prever também a avaliação externa das escolas. O documento vai ser discutido com os professores, no interior das escolas, para ser enriquecido e posteriormente apresentado ao Ministério da Educação e à sociedade.

Metade dos professores tem mais de 100 alunos

No passado dia 27 de Junho, o Grupo Parlamentar do Bloco de Esquerda promoveu uma Audição Pública sobre Políticas Educativas na Assembleia da República, na qual participaram várias dezenas de professores e cidadãos. Durante a sessão foram apresentados os principais resultados do inquérito realizado durante o mês de Maio a educadores e professores do ensino básico e secundário. 

O negócio do Magalhães

O email que a Directora Regional da Educação do Norte, Margarida Moreira, dirigiu (...) às escolas traz um anexo que tem uma declaração para ser assinada pelos pais e encarregados de educação a comprometerem-se com a adesão ao serviço de Banda Larga das operadoras aderentes ao Programa Magalhães: Zon, TMN, Vodafone e Optimus. Em toda a minha longa vida de professor, e já ensino há 34 anos, nunca vi um serviço do Estado promover operadoras privadas de Internet.

As caricatas formações de professores sobre o "Magalhães"

Sou coordenador TIC do meu Agrupamento de Escolas e fui convocado para me deslocar ao parque tecnológico de Cantanhede para receber formação sobre o tão propalado portátil Magalhães. Lá fui eu para dois dias de trabalho, cujo programa era, em 90%, composto pela expressão «jornada de trabalho com a Intel». Hoje estou aqui para relatar aquilo que se passou naqueles dois dias, e se o estou a fazer, é porque algo de relevante se passou.

Lista de Blogues

Apresentamos aqui uma listagem de 30 blogues, onde pulsa a indignação dos professores.