Bruno Góis

Bruno Góis

Investigador. Mestre em Relações Internacionais. Doutorando em Antropologia. Ativista do coletivo feminista Por Todas Nós. Dirigente do Bloco de Esquerda.

Enfrentando múltiplas crises, nosso desafio atual é maior do que o de há dez anos. Precisamos de alternativas abrangentes. As múltiplas lutas não dividem, multiplicam a força popular.

É a vida social que determina as ideias que podem ter futuro, e não o contrário. Que propostas temos? De que forma nos organizamos para as alcançar? Garantir serviços básicos universais, salários dignos e uma redução da semana de trabalho são propostas com os pés na terra.

Quão positivo é para a história (e autoconsciência) da classe trabalhadora que pensadores e ativistas negros tenham contribuído para o estudo da branquitude? O capitalismo imperialista, patriarcal e racista é que nos quer divididos.

Jovens de vários países têm assumido a luta das sextas-feiras pelo futuro, a greve climática estudantil. É certo que, com a pandemia global e com uma guerra na Europa, essas lutas perderam ritmo. Mas as sextas-feiras pelo futuro podem ser reinventadas.

Enquanto alguns setores da burguesia aceitam ensaiar nos seus próprios termos a semana dos quatro dias em alguns setores, o campo de quem trabalha e luta por um mundo novo deve fazer a sua própria história e reivindicar a sexta-feira como recuo da exploração do trabalho.

Os povos da Europa estão à mercê das potências que a disputam e repartem. A nossa segurança e a nossa liberdade precisam de um espaço de paz e desenvolvimento, com padrões elevados de direitos do trabalho, com justiça social e climática.

Condenar a invasão russa é evidente para quem reconhece a causa da emancipação nacional e vê na Federação Russa uma potência imperialista. Quem, perante a invasão russa, tem mais pressa em condenar outras potências imperialistas está a desconversar.

Quando existam processos de violência doméstica, os processos de regulação parental não lhes podem ser indiferentes. A proposta já foi feita e chumbada uma e outra vez. Do que é que estamos à espera para reconhecer as crianças como vítimas?

As portuguesas e os portugueses negros continuam a ter escolas, empregos e casas piores. Fazem maioritariamente parte dos trabalhadores mais pobres e é preciso assumir e atacar esse problema. Artigo de Bruno Góis, publicado na revista Esquerda.

A partir da passada sexta-feira, 13 de outubro, as mulheres deviam poder entrar de férias até ao fim do ano.