Adriano Campos

Adriano Campos

Sociólogo, dirigente do Bloco de Esquerda e ativista contra a precariedade.

Só uma coisa pode evitar que, no Natal, a voz pausada de Vítor Gaspar nos entre pela casa dentro num anúncio de mais austeridade: escolhas claras.

Uma das quatro gigantes mundiais da área de “consultadoria” – essa alquimia mágica da legitimação – é a PricewaterhouseCoopers. Está presente em mais de 150 países e tem como imagem de marca a “independência e a transparência”. Em Portugal é um nome que se começou a ouvir com mais frequência depois da chegada da troika.

Neste sábado está convocada uma manifestação internacional, a “Primavera Global”, que assinalará um ano do 15 de Maio mas que também representa um segundo momento de mobilização global contra os 1% que nos amarram a vida.

A tecnocracia que serve a troika na aplicação da austeridade está reunida na ESAME. Vale a pena conhecer algum dos seus membros.

A Espada e aos que ele representa o que interessa realmente é continuar o monólogo da austeridade cega e do abuso quotidiano sobre a vida dos milhões que todos os dias experimentam a “liberdade” do desemprego, da precariedade e do desespero.

A venda da EDP foi uma festança. A presença de Catroga descortina o outro lado da festa.

Pedro Mota Soares agora comanda o ataque aos trabalhadores precários. Esta semana avisou-os que podem ir parar à prisão.

O Partido Socialista francês realizou o primeiro turno das suas eleições “primárias”. Mas a abertura pode bem ser apenas a de uma frincha da janela. Senão vejamos, quanta democracia cabe num processo de “primárias abertas”?

O FMI escolheu somar ao longo elogio do Governo uma apoquentação sentida, dizendo que o dado mais surpreendente em Portugal é o do desemprego jovem. É “inaceitável e escandaloso” uma taxa de 30%, enfatizou Tomsen. E tem toda a razão. Então é justo perguntar: a política FMI cria emprego?

A criação de um discurso que opõe o sacrifício das pessoas ao privilégio e irrealismo político dos movimentos sociais, começando pelo sindical, é a táctica presente para a desagregação do campo organizado dos que vivem do trabalho.