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Bloco quer discutir proposta de resgate com o governo
O Bloco de Esquerda enviou nesta sexta-feira uma carta ao governo em que solicita “um encontro, a ocorrer entre o conhecimento da proposta política que sustenta o acordo de resgate e os momentos previstos para estabelecer compromissos que vinculem Portugal na ordem externa, e na União Europeia”.
Até agora, afirma a carta, o Bloco de Esquerda sublinhou a responsabilidade, em termos constitucionais, de “o governo ser o interlocutor juridicamente válido para celebrar acordos de natureza internacional”, e recusou encontrar-se com a tríade Fundo Monetário Internacional/Banco Central Europeu/Comissão Europeia, dada “a inexistência, nessa sede, de qualquer espaço negocial com os partidos da oposição”.
“O Bloco de Esquerda não quis falar sem factos mas quer discutir sem factos consumados”, diz a carta, assinada por Luís Fazenda, em nome do Secretariado do Bloco.
“O Bloco de Esquerda fala com o governo, não com o FMI. Eu falo com o governo do meu país”, esclareceu Francisco Louçã, em entrevista à RTP, explicando que o Bloco quer apresentar os seus argumentos e as suas ideias quando a negociação do texto final do acordo estiver a avançar. “Estamos capazes de apresentar um plano alternativo. Eu não desisto do meu país”, disse.
Já Luís Fazenda explicou que “podem alimentar mil vezes essa ficção, mas não há qualquer negociação com a troika. Aliás, não houve até agora negociação com o governo, quem o diz é o primeiro-ministro. A troika esteve até aqui a fazer o trabalho de avaliação técnica, não negociou coisa alguma com ninguém”, afirmou.
“O FMI não faz negociação nenhuma com nenhum partido. Não se fazem três negociações ao mesmo tempo: com um governo e com dois ‘governozinhos’ – PSD e CDS”, concluiu Francisco Louçã.
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Comments
Muito bem! O Bloco deu
Muito bem! O Bloco deu atenção às inúmeras manifestações de desagrado de eleitores e simpatizantes que não gostaram de o ver arredado das conversas, se negociações não são, com as instituições que vêm apresentar condições para um empréstimo que nos liberte do poço fundo de dívidas a que nos conduziram os desgovernos dos últimos anos. Em boa hora o fez! E dá a volta por cima, solicitando conversações com o governo que considerou sempre ser "o interlocutor juridicamente válido para celebrar acordos de natureza internacional" E faz muito bem em lembrar a necessidade de se conhecerem as contas públicas, sem escusas nem engenharias financeiras. Não acharam todos muito pertinente a afirmação de Bruxelas segundo a qual não se passam cheques sem se ver a conta?!
Esta é sem dúvida a posição
Esta é sem dúvida a posição correta que me apraz ver exposta pelo BE independentemente do que faça quem quer que seja.
É já tempo que se defina quem é quem neste xadrês porque o momento exige clarificação pelo acto e não pela conversa pura e simples.
Mas que isto não os leve a confundir apoio com...cheque em branco.
Nestas coisas as confianças têm limite de uso que não de abuso...
Gosto disto!
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