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Bloco quer discutir proposta de resgate com o governo

Partido solicita, através de carta, uma reunião para discutir a proposta de acordo de resgate, logo que esta seja conhecida e antes que o Estado português se comprometa com ela.
Luís Fazenda: "A troika esteve até aqui a fazer o trabalho de avaliação técnica, não negociou coisa alguma com ninguém”. Foto de Paulete Matos

O Bloco de Esquerda enviou nesta sexta-feira uma carta ao governo em que solicita “um encontro, a ocorrer entre o conhecimento da proposta política que sustenta o acordo de resgate e os momentos previstos para estabelecer compromissos que vinculem Portugal na ordem externa, e na União Europeia”.

Até agora, afirma a carta, o Bloco de Esquerda sublinhou a responsabilidade, em termos constitucionais, de “o governo ser o interlocutor juridicamente válido para celebrar acordos de natureza internacional”, e recusou encontrar-se com a tríade Fundo Monetário Internacional/Banco Central Europeu/Comissão Europeia, dada “a inexistência, nessa sede, de qualquer espaço negocial com os partidos da oposição”.

“O Bloco de Esquerda não quis falar sem factos mas quer discutir sem factos consumados”, diz a carta, assinada por Luís Fazenda, em nome do Secretariado do Bloco.

“O Bloco de Esquerda fala com o governo, não com o FMI. Eu falo com o governo do meu país”, esclareceu Francisco Louçã, em entrevista à RTP, explicando que o Bloco quer apresentar os seus argumentos e as suas ideias quando a negociação do texto final do acordo estiver a avançar. “Estamos capazes de apresentar um plano alternativo. Eu não desisto do meu país”, disse.

Já Luís Fazenda explicou que “podem alimentar mil vezes essa ficção, mas não há qualquer negociação com a troika. Aliás, não houve até agora negociação com o governo, quem o diz é o primeiro-ministro. A troika esteve até aqui a fazer o trabalho de avaliação técnica, não negociou coisa alguma com ninguém”, afirmou.

“O FMI não faz negociação nenhuma com nenhum partido. Não se fazem três negociações ao mesmo tempo: com um governo e com dois ‘governozinhos’ – PSD e CDS”, concluiu Francisco Louçã.

Leia a carta na íntegra.

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