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Sócrates disponível para entendimentos com Passos Coelho

É o tango do bloco central que está no horizonte: no primeiro minuto da entrevista a Judite de Sousa na TVI, esta terça-feira, José Sócrates anunciou, em tom suave, um apelo ao entendimento pós-eleitoral com o PSD.
Com a troika a terminar o trabalho até ao final de Maio, garantiu o primeiro-ministro, é necessário, “num momento como este”, que os “políticos ponham de parte questões pessoais”, por isso, admitiu, está disposto a dialogar com “qualquer que seja o líder do PSD”. Foto LUSA.

O primeiro-ministro e líder do PS associou-se ao discurso do 25 de Abril de Cavaco Silva e dos três ex-Presidentes no apelo ao consenso, a ponto de ter confessado que acha “possível e desejável um entendimento” com o PSD e Pedro Passos Coelho. Hoje, “mais do que nunca”, Portugal “precisa que os partidos políticos preservem as relações entre si com vista a definirem áreas de consenso”, disse.

Também no capítulo da ajuda externa, José Sócrates insistiu na necessidade de um entendimento com o PSD e o CDS-PP, dado que o Governo está em gestão, e colocou de fora um envolvimento directo do Presidente nas negociações com o FMI, BCE e UE. Com a troika a terminar o trabalho até ao final de Maio, garantiu o primeiro-ministro, é necessário, “num momento como este”, que os “políticos ponham de parte questões pessoais”, por isso, admitiu, está disposto a dialogar com “qualquer que seja o líder do PSD”.

Já o Presidente da República deve ficar de fora, diz José Sócrates. A responsabilidade é agora dos partidos – excluindo o PCP e o Bloco que, “infelizmente”, se colocaram de parte das negociações, disse. “Não quero agora que o Presidente da República venha rubricar um acordo”, explicou na entrevista à TVI, na noite desta terça-feira.

Sobre as negociações que já decorrem, o primeiro-ministro avisou que o que aí vem “não é melhor do que o PEC [IV]”. “Acha que o programa que vamos ter vai ser melhor do que o PEC? Não vai. Tínhamos um melhor e deitaram-no fora”, disse José Sócrates.

Por fim, Sócrates desdramatizou a saída das listas do PS dos ministros Teixeira dos Santos e Luís Amado, rejeitando “qualquer significado especial”. Assim como o de Jaime Gama, que quis afastar-se um pouco da vida política. Teixeira é e será seu amigo “para toda a vida”, disse, para negar divergências com o seu ministro.

A entrevista a Judite de Sousa ficou ainda marcada por um facto insólito. Tendo a entrevista decorrido numa sala da residência oficial do primeiro-ministro, em que as janelas estavam abertas, a conversa foi sempre acompanhada pelo “cantar” dos pavões dos jardins de São Bento.

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