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As origens do movimento skinhead
Ao contrário do que à primeira vista possamos pensar, a origem do movimento skinhead é muito diversa e rica e pouco tem a ver com o que se passa hoje. Está relacionada com grupos de jovens que tinham em comum o gosto pela música e as vivências dos subúrbios em Inglaterra. Muitos desses jovens eram inclusive imigrantes provenientes da Jamaica.
Muito resumidamente: nas décadas de 50 e 60, surgiram diversos grupos de jovens - como os teddy-boys, rockers, soul-boys, rude-boys e mods, além dos hippies - unidos em torno de características próprias e de seu estilo de música preferido. Nesse cenário, particularmente após a Campeonato de Inglaterra, em 1966, surgem os primeiros skinheads. Fanáticos por futebol e ligados à classe operária, adoptavam os suspensórios, botas, jaquetas e cabeça raspada como visual, reagindo aos movimentos, que odiavam.
Eram violentos, mas não necessariamente racistas. O seu envolvimento com nazismo surge mais tarde. As suas "influências", seriam os rude-boys (oriundos da comunidade jamaicana na Inglaterra, fãs de ska - antecessor do reggae) e a classe operária. Consideravam-se marginalizados pela sociedade inglesa, e como, todos os outros movimentos no país, andavam em gangues.
Durante os anos 70 o movimento abranda, numa altura que o fenómeno punk assume o protagonismo entre as sub-culturas juvenis. Mas no final dessa época e início dos anos 80 houve um ressurgir da cena com um sentimento ainda mais operário. O papel do National Front (partido nacionalista inglês de extrema-direita, criado a partir da fusão de três outros partidos) criado em 1967), bem como contexto histórico de crise são fundamentais para perceber o caminho que uma parte dos skinheads tomam em torno do nacionalismo e do racismo.
À medida que parte do movimento skinhead se associa cada vez mais ao neonazismo, surge também as tendências skinheads que reagem ao caracter de extrema-direita, como os S.H.A.R.P (skinheads against racial prejudice- skinheads contra a discriminação racial),que têm por objectivo “difundir a autêntica cultura skinhead multirracial e policultural e de erradicar a má fama que os meios de comunicação e a extrema-direita têm dado ao movimento skin”. Criados nos anos 80 nos EUA os SHARP existem em Portugal desde 1995.
Para além da SHARP, aparece também a organização RASH (Red and Anarchist Skin Heads) que agrupa skinheads, comunistas, anarquistas, socialistas e antifascistas, que pretendem superar divergências políticas, para combater o fascismo.
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