You are here
Veneza: bailes medievais e mascarados à moda setecentista

Enquanto as madrinhas de bateria se requebram e os trios eléctricos fazem tremer as avenidas no Brasil, bailes medievais e mascarados à moda setecentista comemoram a mesma festa - a quilómetros e séculos de tradição de distância -, em Veneza.
O uso de máscaras em Veneza data dos anos 1200 e representava uma maneira de viver uma "loucura legal", ou seja, escondidos pelo ornamento, os venezianos permitiam-se quase tudo. No começo do século 14, surgiram leis que restringiam as traquinices mascaradas, na tentativa de travar a decadência moral.
Em 1608, as máscaras passaram a ser permitidas só no Carnaval e nos banquetes. Depois, os mascarados foram proibidos nos casinos durante o ano todo, já que os nobres usavam esse artifício para se esconder dos seus credores.
Assim, o Carnaval perdeu fôlego, até ser proibido no século 17, voltando com força na década de 70 do século passado. Desde então, a cada ano, é escolhido um tema que rege a festa - que atrai até um milhão de pessoas.
Uma das maiores tradições é o "vôo do anjo", que remonta aos anos 1500, quando um jovem acrobata turco andou sobre uma corda de um barco até o alto do campanário de San Marco, com a ajuda de um bastão.
A façanha fez tanto sucesso que o evento começou a repetir-se, no início com acrobatas profissionais, depois com outros aventureiros. Uma série de acidentes fez que o homem fosse substituído por uma pomba de madeira, que espalhava flores e papelinhos na descida. Nos últimos anos, com medidas de segurança mais cautelosas, a escultura deu lugar a um artista profissional, que refaz o percurso do turco destemido.
(Adaptado de um artigo da Folha de S.Paulo)
Add new comment