You are here

Japão: 11.500 toneladas de água radioactiva deitadas no mar

Radioactividade na água é cem vezes superior ao limite legal; técnicos da empresa que gere Fukushima dizem que não tinham alternativa. AEIA diz que medidas foram insuficientes.
Governo japonês já reconheceu que poderá demorar meses até que a situação na central nuclear seja controlada.

A Tokyo Electric Power (Tepco), que explora a central nuclear de Fukushima, começou a deitar para o mar cerca de 11.500 toneladas de água radioactiva que se acumulou nas instalações danificadas.

Um porta-voz da empresa reconheceu que os técnicos não tinham outra escolha, e que a concentração de radioactividade na água é cem vezes superior ao limite legal, o que considera relativamente baixo. A decisão foi tomada para permitir que os engenheiros possam reparar os circuitos de arrefecimento dos reactores nucleares.

Por outro lado, os técnicos da Tepco planeiam utilizar um polímero em pó para travar a fuga de água radioactiva de um dos reactores para o Oceano Pacífico.

No sábado, a Tepco detectou uma fissura de cerca de 20 centímetros na parede de um poço perto de um dos reactores, onde está água com alta radioactividade (excede 10.000 vezes a concentração legal), que está a escoar para o oceano.

Os técnicos tentaram cobrir a fissura, no sábado, com betão, mas a presença contínua de água impediu que o material se solidificasse.

Diante das dificuldades, o governo japonês já reconheceu que poderá demorar meses até que a situação na central nuclear seja controlada.

AIEA diz que medidas foram insuficientes

Yukuya Amano, director-geral da Agência Internacional de Energia Atómica (AEIA) afirmou esta segunda-feira que a empresa que gere a central de Fukushima, a Tepco, não tomou “as medidas suficientes para evitar o acidente”.

Amano recordou que outra central da Tepco em Kashiwazaki, noroeste do Japão, teve um acidente nuclear em 2007, um incêndio que deu origem à fuga de radioactividade e de água contaminada, depois de um terramoto de 6,8 graus. Ora a central continuou, tal como a de Fukushima, a ter capacidade de suportar um terramoto de até 6,5 graus, muito inferior aos 9 graus medidos em 11 de Março.

Artigos relacionados: 

Termos relacionados Energia nuclear, Internacional
(...)