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Eleições a 5 de Junho

Cavaco Silva anunciou a dissolução do Parlamento e a realização de eleições legislativas em 5 de Junho. No seu discurso, deu luz verde ao governo em gestão para pedir ajuda externa e defendeu um compromisso estratégico, que resulte num “alargado consenso político e social”. O Bloco de Esquerda saudou a convocação de eleições e disse que não se fazem consensos sem propostas políticas. “Até hoje houve um consenso alargado entre PS e PSD, que deu em crise social no país”, advertiu a deputada Helena Pinto.
Presidente deu luz verde ao governo em gestão para pedir ajuda externa.

Cavaco Silva disse ter constatado, nas reuniões efectuadas com todos os partidos, que há um consenso sobre a impossibilidade de criar uma nova fórmula governativa baseada no actual quadro parlamentar.

Também no Conselho de Estado, referiu o presidente, existia unanimidade sobre a necessária convocação de eleições.

Assim, e diante das dificuldades do governo para fazer face ao agravamento da crise económica, decidiu devolver "a palavra ao povo". Quanto à data, verificou que a maioria dos partidos consultados era favorável a 5 de Junho. Cavaco Silva considerou no seu discurso que "só através da realização de eleições e da clarificação da situação política poderão ser criadas novas condições de governabilidade para o país".

O presidente da República manifestou a expectativa de que as eleições abram vias para o entendimento entre os partidos políticos e "permitam alcançar um compromisso estratégico de médio prazo, que resulte de um alargado consenso político e social”. Recordando que o governo manter-se-á em funções para a gestão corrente, Cavaco Silva afirmou que essa condição não significa que esteja "impedido de praticar os actos necessários à condução dos destinos do país, tanto no plano interno, como no plano externo", numa clara alusão a um eventual pedido de ajuda ao fundo de estabilização europeu e ao FMI. Na sua visão, o Estado “tem de cumprir os seus compromissos e ninguém pode deixar de fazer tudo aquilo que tem de ser feito para proteger o nosso futuro".

O chefe do Estado exortou ainda os candidatos a fazerem uma campanha eleitoral de verdade, que não prometa o que não se julgue possível cumprir, e apresentou um prognóstico de grandes dificuldades para os próximos tempos, “num dos momentos mais críticos desde a instauração do regime democrático”.

Bloco recorda que já houve um consenso alargado que deu em crise social

Reagindo ao discurso, a deputada Helena Pinto, do Bloco de Esquerda, saudou a convocação de eleições e disse que o Bloco se vai apresentar “com as suas propostas políticas”, de “justiça na economia contra a austeridade”, recordando que não se fazem consensos alargados sem propostas políticas.

“O Presidente da República falou em consensos alargados mas nós chegámos ao PEC 4 com um consenso alargado entre o PS e o PSD e sabemos qual é o resultado desse consenso, as pessoas sentem no dia a dia qual é o resultado”, afirmou.

A deputada frisou que na próxima campanha eleitoral “os partidos serão os protagonistas” e que será do confronto das propostas que o povo português vai escolher quem quer eleger.

“O Presidente da República entendeu também fazer uma projecção sobre a sua opinião do que deve ser o futuro e pelo meio dar uns recados aos partidos e aos cidadãos em geral”, observou a deputada, afirmando que “a próxima campanha é importantíssima”, mas que nela “os partidos são os protagonistas e que povo decidirá no dia 5 de Junho”.

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