Sem fazer nada, Vara recebeu do BCP 822 mil euros

26 de March 2011 - 13:13

Ex-vice-presidente do banco, que renunciou ao cargo em Julho de 2010, recebeu os salários que faltavam até terminar o mandato, mais 260 mil euros do período em que ocupou o cargo com funções suspensas.

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Em 2010, ano em que não exerceu funções por estar suspenso devido a ter sido constituído arguido no processo Face Oculta, Armando Vara recebeu do BCP 822 mil euros.

Vara renunciou ao cargo em Julho do ano passado, tendo o banco decidido pagar ao seu ex-vice-presidente os salários que faltavam até terminar o mandato, em Abril deste ano. Os valores foram agora conhecidos no relatório e contas do BCP de 2010. Vara recebeu 562,2 mil euros correspondentes a remunerações até o final do mandato, mais 260 mil euros de remunerações do período em que ocupou o cargo com funções suspensas.

Os encargos do banco com salários do conselho de administração executivo cresceram 14% face a 2009, alcançando os 4,1 milhões de euros em 2010. Isto apesar de o banco não ter pago prémios de gestão.

O presidente do BCP, Carlos Santos Ferreira, recebeu 647.158 euros, seguindo-se Paulo Macedo, com 545 mil euros. António Ramalho, que entrou como vogal do conselho em Abril do ano passado, ganhou 324.890 euros. Até agora, os administradores executivos tinham apenas uma remuneração fixa, mas a partir do próximo mandato, no triénio 2011-2013, deverão ter também uma componente variável.

Vara vai ser julgado por três crimes

Recorde-se que Armando Vara está acusado e vai ser julgado por três crimes de tráfico de influências no âmbito do processo Face Oculta. O Ministério Público concluiu que as pressões de Vara para afastar Ana Paula Vitorino de secretária de Estado e de Luís Pardal do Conselho de Administração da Refer tinham como objectivo beneficiar o principal arguido, Manuel Godinho, que financiava o PS.

Mais ex-ministros no conselho geral e de supervisão do BCP

Nesta sexta-feira foram divulgadas as propostas à assembleia-geral convocada para 18 de Abril, que vai eleger os novos órgãos sociais do BCP. Santos Ferreira mantém-se como presidente-executivo do banco por um segundo mandato. No conselho geral e de supervisão entram dois ex-ministros do PSD (Leonor Beleza, Álvaro Barreto) e um ex-ministro do PS (Daniel Bessa).