A partir de 12 de Março, a crise é simplesmente o chão que a gente pisa. Quem julgue que tudo está escrito, desengane-se. Tudo se está, de novo, a escrever.
Esta é uma moção táctica de alcance estratégico. Recusa inevitáveis. Se aprovada, trará eleições num tempo que não é o preferido pela direita e onde o socratismo terá reduzida margem para chantagear com o voto útil. Se chumbada, acentua o compromisso do PSD com a decadência do governo.
Como se vê em relação ao Egipto, para os mercados não têm estados de alma. Para eles, uma ditadura, enquanto dure, é sempre preferível à incerteza democrática.
A vitória de Cavaco Silva tem dois pequenos grandes "senões": por um lado, obtém o mais fraco resultado de uma reeleição; por outro lado, perdeu a sua imagem de imaculado.