Activistas sobem a torre de central nuclear espanhola

Às 7h hora local (6h em Lisboa), os 20 activistas estavam no interior de uma das torres de refrigeração, segundo informações da organização. Cerca de duas horas depois, debaixo de chuva forte, seis activistas escalaram a torre de 125 metros de altura para começar a pintar as palavras “Perigo nuclear”.

Outro grupo de activistas desenrolou uma faixa onde se lê: “Cofrentes: encerra já”.

Enquanto isso, cerca de dez patrulhas da polícia chegaram às instalações da central e pouco depois, um jornalista e fotógrafo independente foi detido.

O objectivo é pressionar o Conselho de Segurança Nuclear (CSN) e o Governo para que não renovem a autorização de exploração da central nuclear, que caduca no dia 19 de Março, escreve o jornal espanhol El Mundo.

“Depois deste protesto pacífico fica demonstrada a falta de segurança de Cofrentes. Por isso, a Greenpeace pede o encerramento da central”, escreve a organização em comunicado. A central, acrescenta, “é uma instalação perigosa e tem uma lista interminável de falhas e problemas de segurança por resolver, o que mostra o esgotamento da sua vida útil”. A Greenpeace refere, por exemplo, problemas no sistema de combate a incêndios, o acesso à Sala de Controlo e os sistemas de refrigeração de emergência.

“As centrais nucleares são instalações de alto risco, não apenas por se basearem numa tecnologia perigosa mas também porque, como reconhecem os serviços secretos de todo o mundo, alvo potencial de ataques terroristas”, comentou Carlos Bravo, responsável pela campanha Nuclear da Greenpeace.

Além disso, os activistas defendem o cumprimento do compromisso de pôr em marcha um plano de encerramento das centrais nucleares e de promover as energias renováveis e a poupança energética.

Em Espanha existem seis centrais nucleares, duas delas com dois reactores (Ascó e Almaraz), que totalizam anualmente 20 por cento da electricidade consumida, segundo o El Mundo.