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Myanmar: teatro de marionetas elege presidente do país

Parlamento nascido da farsa eleitoral de Novembro de 2010 põe na Presidência do país o general Thein Sein, que renunciou à farda semanas antes.
O novo presidente de Myanmar, general Thein Sein em traje civil e ao centro o general Than Shwe – chefe do exército e da junta militar

O novo teatro de marionetas, que a junta governante chama de “parlamento”, instalado em Naypydaw, a capital, elegeu um dos seus comandantes, Thein Sein, para o cargo de presidente do país, dando continuidade à encenação chamada de “via democrática” pelos próprios militares.

O general Thein Sein renunciou à farda semanas atrás, num ritual que apontava para a encenação de um novo papel. Thein Sein é conhecido pela completa fidelidade ao “grande ditador”, general Than Shwe, que detém o poder absoluto desde 1992.

O parlamento que o elegeu foi formado com base na farsa eleitoral de Novembro passado, onde o principal partido de oposição, a Liga Nacional pela Democracia, foi impedida de participar devido à imposição de regras draconianas. A dirigente do partido, Nobel da Paz Aung San Suu Kyi, ainda se encontrava detida em prisão domiciliar na sua casa em Rangoon, sendo libertada apenas após o evento eleitoral. Mesmo sendo um teatro de marionetas controlado pela junta militar, na sexta-feira, Thein Sein recebeu apenas 408 de um total de 659 votos.

A junta militar quer fazer crer que basta colocar um general de pijama na presidência do país para o regime político birmanês poder ser considerado democrático perante a opinião pública mundial. O objectivo das recentes manobras políticas é aliviar as sanções económicas que o país tem sofrido desde que os militares subiram ao poder. Myanmar é considerado uma das mais sinistras ditaduras do planeta e sobrevive, principalmente, devido às fortes ligações e apoio da vizinha China, com quem desenvolve intenso comércio e relações económicas.

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