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Cavaco e a sensibilidade ao privado
Eis que Cavaco ameaça com o veto presidencial os cortes do Governo ao ensino privado e cooperativo. A questão não está na crítica aos cortes, apenas defensáveis dentro do modelo de ortodoxia financeira que recusa outras alternativas para combater a crise económica. O ponto reside no facto de Cavaco nunca se ter preocupado com as machadadas no Serviço Nacional de Saúde, nos transportes públicos, na escola pública, nas bolsas a estudantes…O candidato só se agita quando a sua «gente» é afectada. E Cavaco pensa muito mais nos negócios do que na qualidade de ensino ou nas crianças de origens sociais desfavorecidas que também estudam no ensino particular e cooperativo. Convém nunca nos esquecermos como floresceram as Universidades privadas quando ele foi primeiro-ministro, o surgimento dos turbo-professores e a intensa promiscuidade entre essas empresas da educação e o mundo da política que vai do PS ao CDS, já para não falar da ausência de fiscalização ao lixo científico e pedagógico por que se notabilizaram, com raras e honrosas excepções.
É este o Cavaco da nomeação de Dias Loureiro para conselheiro de Estado, o mesmo que tinha sentado no conselho de administração do BPN uma parte substancial do seu antigo Conselho de Ministros. O mesmo que ficou calado com a injecção brutal de capital público (dinheiro de todos os contribuintes) nesse elefante branco da alta finança.
Cavaco Silva é o porta-estandarte de uma burguesia financeira em reconstituição que quer lucrar com a actual crise de que foi em boa medida responsável. Uma burguesia rentista, que muito pouco ou nada aposta na inovação e na qualificação, estando sempre disponível a beber das ajudas do Estado que vilipendia.
Para este senhor, aliás, a solidariedade começa e acaba nos chás de caridade, na assistência filantrópica ou na mítica «responsabilidade social das empresas».
Importa, pois, a cada momento, situar Cavaco e a sua corte.
Comments
BOA! Cavaco,PM,investiu na
BOA!
Cavaco,PM,investiu na educação privada e apenas.A mistura do numerus clausus com o ensino privado financiado pelo Estado era foi duma perversidade e injustiça brutais.Os filhos de famílias economicamente mais fortes rodeados de um ambiente tecnico-cultural mais elaborado conseguiam passar a barreira do numerus clausus da pública com propinas, então, acessíveis. Mas os outros, saídos de ambientes sociais mais pobres viam-se obrigados a ir encher os bolsos dos turbo-professores (como lhes chamas), criando uma classe de chulecos do ensino e negociantes da educação, salvo as excepções que existem.As universidades privadas não tinham qualquer tradição em Portugal, foram criadas para o negócio. E o ensino público foi profundamente atingido. Política de Cavaco.Trata-se de um tipo de carácter frágil.Fingido, hipócrita, cínico,beato,autoritário e de olhar enviesado.Quem quiser que o compre.É preciso pô-lo na rua com um ponta-pé no cu.
gostei deste artigo que só
gostei deste artigo que só vem confirmar o facto de que esse homem só governou de forma negligente o nosso país, e que mesmo depois disso opta por políticas que vão no mesmo sentido, ou seja, a corrupção, o beneficiar o grande capital e os seus amiguinhos que deveriam estar presos.
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