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Haiti: violentos protestos contra resultados eleitorais

Manifestantes acusam de favorecimento o candidato do governo, que ficou em segundo lugar e vai disputar o 2º turno. Observadores estrangeiros denunciam irregularidades.
Manifestantes acusamo presidente Préval de fraude

Manifestantes descontentes com os resultados do primeiro turno das eleições presidenciais do Haiti pararam Port-au-Prince, onde a sede do partido do presidente René Préval foi incendiada. Em Cap-Haitien, no norte do país, pelo menos uma pessoa morreu e outras duas ficaram feridas durante confrontos.

As autoridades eleitorais anunciaram na terça-feira que o candidato do partido do governo Jude Celestin disputará o segundo turno da eleição presidencial com a ex-primeira-dama Mirlande Manigat. Segundo os dados oficiais, Manigat teve 31% dos votos e Celestin teve 22%. O cantor pop Michel Martelly ficou com 21%, com apenas menos 6.800 votos que Celestin, e está fora do segundo turno.

Muitos observadores estrangeiros afirmaram ter havido irregularidades na votação do dia 28 de Novembro. Doze dos 18 candidatos, incluindo Manigat e Martelly, acusaram o presidente René Préval de favorecer o seu candidato, Celestin.

Em Cap-Haitien, a segunda maior do país, houve choques entre partidários de Celestin e de Martelly, e uma pessoa morreu. Na capital, foram erguidas barricadas por manifestantes anti-Celestin. Jornalistas da agência Associated Press viram chamas no telhado da sede de campanha de Celestin. Testemunhas contaram que o fogo queimou o edifício por cerca de uma hora.

Camiões dos bombeiros foram usados para apagar as chamas – uma cena incomum numa cidade com poucos serviços públicos confiáveis.

A American Airlines cancelou os seus voos para o país, pois os protestos impediram que funcionários do aeroporto fossem trabalhar.

Ban Ki-moon diz que resultados não são finais

O secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, declarou que os problemas relativos às eleições são piores do que os originalmente relatados. Ban Ki-moon apelou numa mensagem a todos os candidatos para “esgotarem os remédios formais e procedimentos legais, que darão uma imagem mais nítida” dos resultados eleitorais.

“Estes resultados não são finais e estão sujeitos às provisões estipuladas pela lei eleitoral”, refere.

Preocupado com os episódios de violência após a divulgação, Ban Ki-moon sublinha que os candidatos têm a “responsabilidade pessoal” de manter a calma e impedir actos de violência entre os seus apoiantes.

“Uma solução pacífica para a actual situação é necessária não apenas para enfrentar a epidemia de cólera a curto prazo, mas também para criar as condições a médio prazo para recuperação e desenvolvimento na sequência do terramoto”, referiu.

Mas o chefe dos observadores da Organização dos Estados Americanos (OEA) e da Comunidade do Caribe (Caricom), Colin Granderson, disse que os problemas não invalidam o resultado.

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