A invocação de Hannah Arendt é um gesto de justiça para com o seu legado e também, egoisticamente, o apontar de uma saída para nós, actuais e futuros habitantes do planeta Terra.
É a maré alta, como canta o nosso Sérgio Godinho, mas a dessa onda feminista que sacode o conservadorismo, a ortodoxia e o sectarismo incrustados nas rochas.
É preciso pôr de parte o conforto fácil da demagogia ou do egoísmo civilizacional que entoa cânticos em honra das democracias liberais e do capitalismo humanitário.
Este é um tema de intervenção que, quando tomado na sua enunciação feminista e radical, não só instaura uma possibilidade de mensagem e experiência concreta de autodeterminação, como também vira do avesso o dito feminismo institucional e o conservador.
Neste primeiro ciclo do tema arte&resistência, a fotografia e a Palestina são o pretexto para dar a conhecer cinco mulheres artistas, cuja obra é exemplo de uma conciliação emancipatória: a que reúne o poder da imagem e a experiência de um corpo que resiste num território ocupado. Por Sofia Roque. (Foto de capa: Monique Jacques)
No trânsito entre a ficção e o documentário, o cinema e a política, as contradições vão surgindo, entre virtudes e defeitos, entrelaçam-se e surgem nós: o risco de um presente enredado em si mesmo está sempre lá. Por Sofia Roque.
Entre contradições e um intenso processo de ação coletiva, a história do movimento sufragista escreve-se com as mesmas penas e entusiasmos com os quais também se escreve a história de muitas revoluções inspiradoras que dão corpo ao que somos hoje.
Na maioria das condenações do crime de violência doméstica a pena foi suspensa, um sintoma estatístico que descreve uma sociedade doente de machismo e sexismo. É preciso transformar tudo.