José Maria Cardoso

José Maria Cardoso

Professor. Dirigente do Bloco de Esquerda

Os partidos de alternância governativa (PS e PSD) nunca manifestaram grande entusiasmo pelo apuramento de fundamentação que assuma compromisso com a tomada de decisão. Foi deste modo que António Costa geriu este dossiê nos seis anos de governação.

A grande novidade da COP 26 foi o fulgor dos movimentos sociais muito marcado pela contestação assertiva de jovens militantes da causa que durante as duas semanas do evento se juntaram todos os dias em debates e manifestações criando em alternativa a “Cimeira dos Povos”.

Porque é tempo de definir compromissos programáticos que assentem no desenvolvimento sustentado no presente e sustentável para o futuro, o Bloco de Esquerda, promoverá o debate por uma regionalização democrática que almeje a coesão social e territorial.

A cidadania não se pode resumir à proclamação de um manual de direitos. A cidadania constrói-se pela intervenção. Constrói-se pela permanente ação, mesmo que muitas vezes motivada por causas específicas e esporádicas.

Portugal é um dos países que mais será afetado pelos efeitos das alterações climáticas, na erosão costeira, nos riscos da subida do nível das águas do mar, de desertificação e de incêndio florestal.

Gerir bem a causa pública é saber aplicar as verbas ao dispor das necessidades prioritárias e infraestruturas básicas, da intervenção social e combate às desigualdades.

Repensemos estratégia, reforcemos formas de intervenção, saibamos criar pontes para que todos e com todo o empenho possamos estancar o divisionismo pelo ódio, a perseguição pela intolerância, o desmantelamento social edificado por Abril.

Aprovado que está o Orçamento do Estado (OE) importa refletir sobre implicações que daí possam advir. Os orçamentos, sejam eles de Estado ou Municipais, são sempre determinantes, os do próximo ano serão cruciais.

Sobre o processo de eleição dos presidentes e vices das CCDR: se é esta a democracia invocada como grande marca da singularidade do processo, estamos conversados.

A eleição dos presidentes e vices das CCDR, a realizar a 13 de outubro, merece da parte do Bloco de Esquerda críticas contundentes ao fundamento e ao processo.