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Bloco quer explicações sobre blindados e defende anulação da compra

O Bloco vai chamar o ministro da Administração Interna ao Parlamento para obter explicações sobre a compra dos blindados para a PSP e defende a anulação dos contratos, uma despesa cuja necessidade “não foi demonstrada” e é injustificável neste “momento de profunda crise económica e social”.
Carro blindado anti-motim - Governo decidiu gastar cinco milhões em material para a PSP, apesar de a GNR ter blindados que não estão a ser utilizados.

“O argumento imediato e que o ministro sempre usou era o de que Portugal ia receber a cimeira da NATO e necessitavam as forças de segurança de estar totalmente equipadas.

Bom, a cimeira da NATO já terminou e acontece que os blindados não chegaram ao nosso país, nem sabemos exactamente quando vão chegar, para além de ter ficado demonstrada a evidência da sua perfeita inutilidade para esta situação”, afirmou a deputada Helena Pinto, citada pelo SOL.

A deputada do Bloco criticou o que considerou ser uma “despesa extravagante e exagerada”, à volta de 5 milhões de euros, e disse querer ouvir Rui Pereira na Assembleia da República “o mais cedo possível”.

“Urge que o ministério dê explicações e um esclarecimento cabal sobre esta situação à Assembleia da República, daí o Bloco ter endereçado um requerimento à comissão para que o ministro venha dar todos os esclarecimentos e sobretudo para que venha equacionar e responder à questão óbvia: O contrato para os blindados tem de ser simplesmente anulado, porque o país não tem condições para fazer estas despesas num equipamento cuja necessidade é muito duvidosa e que ainda por cima não sabemos quando chegará”, defendeu.

A deputada do Bloco comparou ainda este caso à compra de equipamento para as Forças Armadas Portuguesas: “Temos vivido nestas situações em relação a equipamento militar e agora volta a acontecer em relação a equipamento de segurança, contratos que não são cumpridos em que os fornecedores fazem o que lhe apetece, e Portugal acaba sempre a pagar, a pagar, a pagar muito dinheiro que faz falta para muita outra coisa”.

Os seis veículos Cougar H foram adquiridos por ajuste directo a uma empresa norte-americana e custaram 1,2 milhões de euros. O Ministro Rui Pereira tinha justificado, na semana passada, a compra dos blindados com a necessidade de segurança durante os dias da Cimeira da Nato mas apenas dois dos blindados chegaram na madrugada desta segunda-feira a Portugal, ou seja, no dia seguinte à ao término da Cimeira.

Face ao atraso na entrega dos blindados, o Estado poderá agora ser indemnizado em cerca de 30% do valor dispendido.

Mas ainda falta chegar o resto do equipamento encomendado para a Cimeira, nomeadamente, 45 viaturas anti-motim, um canhão de água, uma viatura pesada e seis ligeiras para a remoção de obstáculos.

Ao todo a organização da Cimeira custou aos cofres do Estado cerca de cinco milhões de euros, entre esse valor está também contemplado o valor de outro material como coletes anti-balísticos.
 

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