You are here

Os amigos do governo mobilizam(se) contra a greve geral

A greve geral de dia 24 separa as águas. Com a greve estão os que dizem não a este orçamento, contra a greve estão todos aqueles para quem este orçamento é um verdadeiro brinde.

Com a greve estão todos os que recusam a austeridade para quem vive do seu trabalho ou dele viveu, a recessão económica, o desemprego e os cortes nos apoios sociais e serviços públicos. Contra a greve batalham os que beneficiam da exploração do trabalho, das desigualdades sociais, os que vivem da especulação financeira e dos negócios realizados à custa e à sombra do estado.

Do lado da greve estão os que defendem a justa remuneração do trabalho, os direitos dos trabalhadores, a coesão e o estado social. Contra a greve levantam-se os que querem esmagar os salários, impor a precariedade e o trabalho sem direitos, privatizar empresas e serviços públicos.

Os campos estão bem definidos. Contra a greve levantam-se os amigos do governo e deste orçamento: banqueiros e patrões fazem coro com os ministros do PS, perorando contra a greve e, à medida que se aproxima o dia 24, pressionando e ameaçando os trabalhadores.

As habituais trompetes de serviço afinam e sintonizam títulos, editoriais e comentários pela onda do governo. Neste particular, o JN tem direito a medalha e prémio do melhor oficioso.

Tudo amigos do governo e do orçamento. O que não pode deixar de incluir os dirigentes e barões do PSD que, depois de muita conversa e zig-zag para “inglês ver”, apoiam o orçamento do PS que, de facto, não lhes merece qualquer reserva de fundo. Pelo contrário, este é também o seu orçamento.

O PSD está com o orçamento e contra greve geral. Que melhor motivação, que melhor inspiração que não o combate à greve geral, podia ter tido Rui Rio para mais uma das suas investidas fascizantes, desta vez, mandando os serviços municipais arrancar o painel da greve geral que cobria a fachada de um sindicato no Porto?

Esta atitude de Rui Rio – nada surpreendente face ao seu longo historial de abuso e prepotência contra direitos e liberdades, traduz bem a fraqueza e o medo com que os amigos do governo olham para a greve geral.

E nesse ponto têm razão: no dia 24 os trabalhadores, no Porto e por todo o país, vão responder à violência social do governo e da direita com a intensidade e a força da sua mobilização e da sua luta por um país mais solidário, mais desenvolvido, mais igual, mais decente e mais democrático.

No dia 24, os trabalhadores vão mostrar a todo o país que são a força da mudança e da alternativa, a força com que o país pode contar para sair da crise.

Sobre o/a autor(a)

Médico. Aderente do Bloco de Esquerda.
(...)