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Greve Geral é "dia de luta por alternativas"

O deputado do Bloco José Soeiro afirmou que o dia 24 é “o primeiro dia de uma luta muito importante por alternativas” e uma resposta contra a austeridade, que tem sido aplicada pela “máquina do PEC” – tal como demonstra a encenação de rua do Bloco.
“O país orgulha-se daqueles que colaboram para que os banqueiros nunca tenham de ser pobres”, diz o senhor de cartola, durante a encenação de rua “A Máquina do PEC”, promovida pelo Bloco de Esquerda. Foto Paulete Matos.

O deputado falava junto à Cantina Velha da Cidade Universitária, em Lisboa, onde o Bloco de esquerda encenou esta terça-feira uma rábula sobre a “máquina da austeridade” – onde um “banqueiro” convida jovens licenciados, estudantes e idosos a entrar, e de onde estes saem com salários ou pensões reduzidas, com menos apoio e protecção sociais, “despedidos”.

Com esta acção de rua, que também aconteceu esta segunda-feira, na Baixa de Lisboa, o Bloco expõe os motivos do seu apelo à Greve Geral de 24 de Novembro.

“Esta máquina do PEC [Programa de Estabilidade e Crescimento] não é o único caminho, a austeridade não é o único caminho. Há um outro caminho, que começa no dia 24 com a greve geral, que é uma resposta das pessoas que trabalham, das pessoas que têm pensões baixas, dos estudantes, para dizerem que há alternativas”, afirmou José Soeiro, citado pelo jornal Público.

O Bloco defende que a “economia do abismo e o empobrecimento do país e a estratégia económica que só vai levar a mais desemprego e a mais pobreza não são o único caminho” e sustenta que “a greve geral é o primeiro dia de uma luta muito importante por alternativas”.

O PEC é “a máquina da austeridade” e da “injustiça”

“Aqueles que nos dizem que é inevitável não passarmos por essa máquina, são precisamente aqueles que não contribuem”, afirmou o deputado, ilustrando: “os bancos pagam hoje uma taxa de IRC inferior a qualquer mercearia, o buraco do BPN vai acumulando milhões que foram postos pelo dinheiro dos contribuintes, por causa das operações de especulação e de criminalidade financeira do sector da banca”. Para o Bloco, trata-se de “uma clara injustiça”.

“Aqueles que nos dizem que não pode haver bolsas de estudo e que têm de ser reduzidas, que as prestações sociais têm de ser atacadas, que o salário tem de baixar, são precisamente aqueles que vêm beneficiando com a crise e com esta especulação e que não estão disponíveis para contribuir para que se repartam os sacrifícios associados a esta crise”, disse José Soeiro.

O Bloco de Esquerda exige “políticas de mais justiça, taxar os privilégios, acabar com as despesas inúteis, deixarmos de esbanjar dinheiro em parcerias público-privadas, em submarinos, em perdões de impostos aos negócios da banca, como foi o negócio da PT”.

Na encenação promovida pelo Bloco, sob as instruções de um banqueiro, uma enfermeira, um idoso, uma estudante e uma jovem licenciada com um contrato precário num supermercado entraram na “máquina do PEC”, cujas “manivelas” são mais desemprego, aumento dos impostos e privatizações.

“Temos de fazer muitos sacrifícios, este é o caminho da responsabilidade. Nada de greves. O país orgulha-se daqueles que colaboram para que os banqueiros nunca tenham de ser pobres”, dizia o actor, enquanto perguntava: “o que são um milhão de viditas comparadas com um grande negócio? Esta é a hora de mostrar patriotismo”.
 

ESQUERDA.NET | Máquina do PEC

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