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Despedimentos nos Estaleiros Navais de Viana do Castelo

Presidente do Conselho de Administração dos ENVC admite recorrer ao despedimento de mais de 250 trabalhadores.
Estaleiros Navais de Viana do Castelo, que já contaram com mil trabalhadores, poderão ficar reduzidos a apenas 500 trabalhadores. Foto de IaSousa, Flickr

Na passada terça-feira, o presidente do Conselho de Administração (CA) dos Estaleiros Navais de Viana do Castelo (ENVC), Carlos Veiga Anjos, assumiu recorrer a despedimentos para assegurar a viabilidade dos estaleiros.

Actualmente, os ENVC, localizados na cidade de Viana do Castelo, junto à foz do rio Lima, contam com 764 trabalhadores, sendo que este número poderá reduzir-se para 500 trabalhadores.

O anúncio foi feito durante a cerimónia que marcou a entrada em vigor do contrato de aquisição pela PDVSA Naval, filial da Petróleos da Venezuela SA, de dois navios, que contempla um contrato na ordem dos 130 milhões de euros. Esta cerimónia contou com a presença do secretário de Estado da Defesa Nacional e dos Assuntos do Mar, Marcos Perestrello, que congratulou este negócio por permitir “ultrapassar este momento difícil que os ENVC têm passado, dada a quebra de encomendas internacionais que nos últimos anos houve”.

O novo CA que, segundo divulgou o Diário de Notícias, conta com a presença, nomeadamente, do anterior presidente da Câmara de Valença, José Luís Serra (PS), e do almirante Victor Gonçalves de Brito, ex-administrador do Arsenal do Alfeite, justifica a possibilidade de recorrer a despedimentos com a grave crise financeira, que se poderá agravar caso o contrato com a companhia grega Hellenic Seaways não se concretize.

Aquando a sua eleição, a 8 de Setembro, o novo presidente do CA comprometeu-se a apresentar, no prazo de dois meses, um plano de viabilização dos ENVC, que encerraram as suas contas no ano passado com um prejuízo de 22,2 milhões de euros, sendo o passivo acumulado da empresa superior a 137 milhões de euros.

Os Estaleiros Navais de Viana do Castelo, fundados em 1944, e que se dedicam essencialmente à construção naval, tendo, no entanto, igualmente actividade na área da conversão e reparação, já contaram com mais de mil trabalhadores.

Em 1975, os estaleiros foram nacionalizados, passando a ser uma empresa pública, e, em 1991, foram transformados em sociedade anónima, mantendo-se o Estado como seu principal accionista.

Em 2010, o pacote de privatizações incluído no Programa de Estabilidade e Crescimento (PEC) previa a privatização dos ENVC, a par de outras empresas associadas a sectores públicos estratégicos e fundamentais, como os CTT ou a EDP.

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