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O Bota-Abaixo
Domingos Névoa é um homem generoso. E, se alguém ainda tinha dúvidas, elas certamente se desvaneceram depois da leitura do Público de há dias.
Num enternecedor depoimento prestado no Tribunal de Coimbra, o empresário bracarense, que está a ser julgado por corrupção activa, explicou que emprestou 50 mil euros ao ex-vereador Luís Vilar porque “não podia dizer que não”. Uma impossibilidade que lhe acontece amiúde, já que, afirmou “tenho feito isso a muita gente”.
Estamos pois, perante um homem generoso, mas que não gosta de “mostrar facilidade”, razão pela qual, afirmou também, costuma optar por passar vários cheques, aos amigos a quem generosamente empresta dinheiro sem cobrar juros, mas às prestações, para que eles não pensem que isto é o da Joana e que o amigo é um poço sem fundo.
Que um tão nobre gesto, como emprestar dinheiro a um amigo, que por acaso era vereador, e que podia ajudar a decidir a junção de dois lotes de terreno para permitir à Bragaparques aumentar o número de lugares de estacionamento, no parque que aquela empresa possui em Coimbra, seja confundido com corrupção é mesmo de quem gosta do bota-abaixo.
Perdão. Bota-Abaixo é o nome do dito parque de estacionamento que ficou maior com a junção de dois lotes que um vereador terá ajudado a juntar.
Mas o que é que isto tem a ver com emprestar dinheiro a amigos?
Nada!
Então porque é que Domingos Névoa está a ser julgado?
Porque é um homem generoso!
Moral da história: não construam parques em locais que têm o nome de Bota-Abaixo.
Arriscam-se a ser acusados por corrupção.
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